O Ibovespa iniciou a segunda-feira (03) em território positivo, alcançando 150 000 pontos por volta das 10h30, apoiado pelo ambiente externo mais favorável após a trégua comercial firmada entre China e Estados Unidos e pelo entusiasmo global em torno dos investimentos em inteligência artificial. No cenário doméstico, o foco dos investidores se divide entre a temporada de balanços corporativos e a agenda do Banco Central.
No Brasil, o mercado acompanha a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de BB Seguridade (BBSE3) e TIM (TIMS3), prevista para o fim do dia. Além disso, o Banco Central concede entrevista coletiva para detalhar as novas regras referentes à movimentação de contas de clientes e aos requisitos de capital mínimo das instituições supervisionadas. As mudanças foram aprovadas em conjunto pelo Conselho Monetário Nacional e pelo próprio BC.
Entre as ações mais líquidas, os grandes bancos abriram o pregão em alta: Banco do Brasil (BBAS3) avançava 0,96%, seguido por Itaú (ITUB4), com 0,85%. Na sequência, Bradesco (BBDC4) registrava 0,77%, enquanto Santander (SANB11) subia 0,64%. No setor aéreo, o movimento também era de recuperação, com Gol (GOLL54) valorizando 1,18% e Azul (AZUL4) exibindo forte alta de 4,39% às 10h30.
Cenário internacional
No exterior, o dólar comercial recua para 5,35 reais enquanto os juros futuros sobem. Os agentes financeiros seguem repercutindo os eventos da semana passada, incluindo decisões de bancos centrais e o entendimento entre EUA e China que estabeleceu uma trégua comercial de um ano, acordo considerado dentro do esperado, embora ainda cercado de incertezas quanto à sua sustentação ao longo do período. Em Nova York, o Dow Jones Futuro avança 0,01%, o S&P Futuro sobe 0,20% e o Nasdaq Futuro ganha 0,51%.
Para Pedro Da Matta, CEO da Audax Capital, o cenário internacional segue em atenção, com o petróleo operando em leve queda após o anúncio da Opep+ de aumento de produção em dezembro e pausa nas elevações no início de 2026. “O avanço da Bolsa sinaliza confiança, mas exige cautela. O investidor começa a enxergar um ponto de equilíbrio entre o retorno da renda variável e a segurança do crédito estruturado, em um ambiente de juros ainda elevados e liquidez seletiva”, explica Pedro.
Quanto ao Federal Reserve, as apostas de mercado agora apontam para 68% de probabilidade de corte de juros em dezembro, abaixo da quase unanimidade vista antes da última reunião, quando o banco central norte-americano reduziu sua taxa básica em 25 pontos-base.