Os preços da indústria nacional caíram 1,25% em junho na comparação com maio, marcando o quinto mês consecutivo de retração, segundo dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) divulgados nesta quinta-feira, 7, pelo IBGE. No acumulado do ano, a queda chegou a 3,11%, o segundo menor resultado para um mês de junho desde 2014.
A influência da desvalorização do dólar, que acumula queda de 9% frente ao real em 2025, a baixa das commodities no mercado internacional, como petróleo e minério de ferro, puxaram a queda dos preços, segundo o IBGE.
Entre os destaques, alimentos (-3,43%), refino de petróleo e biocombustíveis (-2,53%) e produtos de metal (-1,85%) puxaram o índice para baixo.
Carnes e açúcar mais baratos
O setor de alimentos, por exemplo, foi responsável por quase 0,9 ponto percentual da variação negativa da indústria geral. A forte queda nos preços das carnes, que recuaram 4,34% em junho, está diretamente ligada ao excesso de oferta no mercado interno, reflexo das restrições impostas por outros países ao produto brasileiro por conta da gripe aviária.
“Estes produtos estão com excesso de oferta do mercado interno, como consequência de restrições externas aos produtos brasileiros por conta da gripe aviária, que atingiu algumas áreas produtoras”, explica Murilo Alvim, gerente do IPP. No caso do açúcar, a retração foi ainda mais expressiva, com queda de 6,84% em junho, influenciada pelo período de safra da cana-de-açúcar e pelo aumento da oferta global, impulsionado pelo clima favorável em grandes produtores como Índia e Tailândia. “Esse movimento levou à queda nos preços internacionais, que, novamente, é intensificada pela depreciação do dólar”, diz o especialista do IBGE.
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