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Hytalo Santos: MP denunciou vulnerabilidade social de Kamylinha em 2022

Kamila Maria Silva Félix, 17 anos, a Kamylinha, ficou conhecida nas redes sociais por fazer parte da “família Hytalo Santos”, youtuber preso na sexta-feira, 15, por exploração de menores de idade e tráfico de pessoas. No entanto, bem antes desse processo, o Ministério Público da Paraíba (MP-PB) entrou com uma denúncia de vulnerabilidade social em relação a jovem. Segundo o documento de 2022 ao qual a coluna GENTE teve acesso, Kamylinha estava em  “uma situação concreta de risco, na qual a aludida adolescente se encontrava vulnerabilidade social e psíquica, sem frequentar aulas regularmente, de modo que foi necessária a intervenção estatal”.

Na ocasião, o MP moveu uma medida protetiva em desfavor dos pais da jovem, Francisca Maria Lira Silva e Erismar Félix Figueiredo, para que fossem cumpridas as ordens de proteção à jovem, que na época estava com 15 anos. O órgão público afirmou que a jovem não frequentava a escola de maneira correta, visto que estudava online em uma instituição no Rio de Janeiro e morava em João Pessoa (PB), não estava com acompanhamento psicológico e que “estaria sofrendo exposição na rede social Instagram, onde o dançarino Hytalo Santos costuma postar, em sua conta pessoal, fotos sensuais da adolescente e vídeos contendo coreografias de cunho sexual realizadas pela mesma sob o seu incentivo.”

Em depoimento ao MP, Erismar afirmou descontentamento com o estilo de vida da filha tinha e que não concordava com as viagens que ela fazia, já que a maioria era sem sua autorização. “’Teve uma polêmica em São Paulo. Ele (Hytalo) brigando com o marido e Kamila chorando. A mãe não estava com ela. Fiquei com raiva porque ela viajou sem autorização minha. Briguei com a mãe mais ainda. Mas graças a Deus agora estamos bem. (…) Não gosto dos vídeos que ela faz. Não gosto das roupas, dos tipos de dança. Acho avançado para a idade dela. Nem gosto de olhar… Se eu brigar com a mãe dela… é o mesmo que brigar com ela. Eu não quero o mal dela. Eu acho tão feio os vídeos com roupa curta…”, disse o pai na época.

O pai de Kamylinha afirmou ainda em depoimento não ser próximo da filha. Já ela revelou que se afastou do pai pelo seu comportamento agressivo e que conheceu Hytalo aos 7 anos, na Praça do Leblon, em Cajazeiras (PB). “Logo quando meu pai me abandonou”, relata no documento. Segundo ela, os pais brigavam muito, inclusive com episódios de agressão “chegando ao ponto do denotado senhor apontar uma arma de fogo para a cabeça da mãe de Kamila, momento no qual, segundo a jovem, teve que intervir”, diz outro trecho do documento.

A jovem afirmou que a situação gerou o começo de sua depressão, com episódio de automutilação e tentativa de suicídio com remédios, por volta dos 9 anos. Foi levada ao Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) para ser acompanhada por médicos e psicólogos entre 2015 e 2016. Informou estudar na parte da manhã, depois gravar vídeos de dança para o TikTok e Instagram; e não consumir bebidas alcoólicas ou frequentar festas na casa de Hytalo. Também afirmou morar com a mãe, mas dormir frequentemente na casa do influenciador, que “paga suas despesas escolares e dá cerca de 3 mil reais a sua mãe”, que não possuía, naquele momento, emprego formal. “Todo o seu sustento é custeado pelo Sr. Hytalo; afirma que ganha roupas e recentemente um aparelho celular, e além disso, recebe do denotado senhor, ‘amor e carinho’”.

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Ao mover a medida protetiva contra os pais da adolescente, o MP afirmou que era necessário que ela estudasse em um colégio na Paraíba, que voltasse a ser atendida psicologicamente e que Hytalo apagasse todos os vídeos de Kamylinha das redes sociais. Todas as ordens foram cumpridas, menos a que competia a Hytalo, que se recusou a assinar a citação: “Aclara o Parquet (MP) que expediu a Recomendação nº 27/2020 determinando ao Sr. Hytalo Santos que deletasse, das redes sociais de sua titularidade, todos os vídeos em que Kamila Maria Silva Félix e demais crianças/adolescentes participam de danças erotizadas popularmente chamadas de ‘passinhos’ ou de outras coreografias que contenham cunho erótico/sexual, bem como se abstivesse de postar novos vídeos contendo igual teor desde que envolva a participação de crianças/adolescentes. A recomendação foi entregue pessoalmente ao Sr. Hytalo Santos, que se recusou a assinar”. Atualmente, o processo se encontra arquivado.

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