De todas as missões que o ministro Edson Fachin terá ao assumir a presidência do STF na próxima segunda-feira, a mais delicada, segundo colegas do Supremo, é a de tirar a Corte da mira de malucos.
Num fim de tarde recente, por exemplo, um homem foi preso pela polícia ao se aproximar de uma das entradas do tribunal, na área onde está a Estátua da Justiça. Abordado pelos policiais, ele exigia ser levado até algum ministro do Supremo.
Ao forçar a situação, o homem acabou detido e, na revista, a polícia descobriu que ele levava escondida uma faca de açougue que planejava apresentar a um ministro da Corte. Felizmente, não conseguiu.
O fato, ocorrido no dia em que a condenação de Jair Bolsonaro foi consumada pela Primeira Turma do Supremo — mas só agora revelado –, está longe de ser um caso isolado.
Ameaças são uma constante no STF. Com a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a trama golpista, pioraram num grau inédito.
A Corte foi alvo em setembro de uma enxurrada de postagens em redes sociais com discurso de ódio.
Os e-mails dos gabinetes dos ministros também foram tomados por ameaças. Por causa disso, a Polícia Federal abriu recentemente um lote novo de inquéritos para investigar casos graves.
Há um ano, VEJA mostrou casos de violência que levaram a Corte a solicitar o trabalho da PF. O número de inquérito só cresceu, desde então.
