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Haonê Thinar, de ‘Dona de Mim’: ‘superação não é termo legal’

Aos 33 anos, Haonê Thinar estreia na televisão como Pamela, em Dona de Mim. É um daqueles exemplos raros, mas necessários, de como a teledramaturgia pode e deve quebrar tabus quanto a pessoas com algum tipo de deficiência. Neste caso, de certa forma, ela e Pamela têm a mesma história de vida. Ambas perderam uma perna por conta de um osteossarcoma, tumor ósseo que cresce rapidamente. “Eu vi que a Pam não teria foco na deficiência, que é o que eu sempre prezo. Não gosto que fiquem  colocando sempre a gente naquela caixa de superação. O termo não é legal”, diz. 

No enredo, Pam tem amigos, um relacionamento amoroso, trabalho e outras questões que fogem do estereótipo de vitimismo. “A gente é sempre retratado como pessoas maravilhosas e anjos de luz. Mas não é assim. Nós vivemos uma vida normal, sou casada, às vezes reclamo da vida, me machuco, caio, levanto, faço muitas coisas que as pessoas sem deficiência também fazem, não somos esse ser de luz”.

A atriz começou a carreira no teatro aos 15, mas não seguiu na área. Em 2023, recebeu o convite da Julia Spadaccini para atuar na peça Meu Corpo Está Aqui, com um elenco todo PCD (Pessoa com Deficiência). Haonê decidiu largar o trabalho de carteira assinada como atendente em uma academia para seguir com o sonho da atuação. Enquanto estava em cartaz, a criadora da atual novela das 7, Rosane Svartman, assistiu ao espetáculo e convidou Thinar para participar da trama da Globo. Antes de começar a preparação, a atriz deu à luz Lavínia. Mudou-se para o Rio quando ela tinha ainda 20 dias de vida. Além da menina, ela tem Felipe, 7 anos, com o marido, o grafiteiro Bizzar.  “Quando recebi esse convite, falei: ‘caramba, mesmo sabendo que estou grávida, me deram a novela’. Fiquei passada”, recorda.

Além de atriz, Haonê também é modelo. Em 2023, recebeu o convite para desfilar na São Paulo Fashion Week com a marca Meninos Rei.  “Não sou uma super topmodel, não sou magra demais, não tenho o estereótipo. Mas é incrível uma pessoa com deficiência ser aplaudida ao ocupar esse espaço. Esperei 15 anos para chegar no SPFW e, com muita perseverança, consegui. Foi um marco na minha carreira e, mesmo que não faça de novo, já valeu a pena”, diz.

 

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