O Exército de Israel identificou, nesta quarta-feira, 22, os corpos de dois reféns devolvidos pelo Hamas ao país na véspera. Com os restos mortais adicionais, o grupo terrorista palestino transferiu quinze dos 28 israelenses mortos em cativeiro, ou que foram levados para a Faixa de Gaza já sem vida após os ataques de 7 de outubro de 2023, termo previsto pela primeira fase de um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos no início deste mês.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) identificaram os dois reféns entregues na terça 21 como Arie Zalmanowicz e o sargento da reserva Tamir Adar.
Zalmanowicz, 85 anos, foi sequestrado de sua casa no kibutz Nir Oz durante os atentados a Israel dois anos atrás. Ele morreu em cativeiro em 17 de novembro de 2023, segundo as IDF.
Adar, 38 anos, membro do esquadrão de segurança comunitária de Nir Oz, foi morto enquanto lutava contra homens armados do Hamas durante o ataque de 7 de outubro. Seu corpo foi então levado para Gaza.
Seus caixões foram entregues a soldados israelenses em território palestino pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CIVC), que os havia recebido anteriormente do Hamas. Os caixões já cruzaram a fronteira com Israel e os corpos serão levados para análises forenses em Tel Aviv.
Em uma transferência anterior, o grupo palestino entregou o corpo de um palestino ao invés do de um refém israelense, o que foi verificado por estudos de DNA. Segundo o Hamas, o erro se deu devido a dificuldades na localização dos corpos.
Todos os vinte reféns vivos foram libertos logo após o acordo ser firmado.
Termos da trégua
Antes da identificação de Zalmanowicz e Adar, as IDF enfatizaram que “o Hamas deve cumprir o acordo e tomar as medidas necessárias para devolver todos os reféns falecidos”. Houve indignação generalizada em Israel com o atraso na entrega dos restos mortais dos sequestrados.
O grupo afirma estar empenhado em cumprir o termo da trégua, mas diz enfrentar dificuldades para encontrar corpos sob os escombros de prédios bombardeados pelas IDF em Gaza.
Sob o cessar-fogo, Israel também libertou quase 2 mil palestinos que estavam detidos em prisões do país, além de devolver quinze corpos de habitantes de Gaza por cada refém israelense liberto.
A primeira fase do acordo também resultou no aumento das entradas de ajuda humanitária em Gaza, uma retirada parcial das forças israelenses no território e a pausa nas hostilidades — embora ataques tenham se intensificado no fim de semana, com ambos os lados se acusando mutuamente de violar os termos do acordo.
