O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou neste sábado (19) que o governo brasileiro esteja avaliando retaliações contra os Estados Unidos como resposta à imposição de tarifas de 50% imposta pelo presidente americano Donald Trump sobre todos os produtos brasileiros que são exportados para os EUA. Em publicação nas redes sociais, o Ministério da Fazenda informou que a adoção de medidas mais rígidas de controle sobre dividendos não é uma das medidas consideradas pelo governo brasileiro.
A pasta de Haddad divulgou uma mensagem nas redes sociais para desmentir que o governo esteja estudando este tipo de medida. “O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo brasileiro estude retaliações ao governo dos Estados Unidos pela imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros, a partir do próximo dia 1 de agosto, através do controle dos dividendos”, informou o Ministério da Fazenda.
A nota do Ministério da Fazenda foi publicada para negar a hipótese aventada em reuniões técnicas que analisam várias possibilidades de retaliações ao governo dos EUA. Uma destas hipóteses, conforme vinha sendo noticiado, é que o Brasil poderia limitar a remessa de dividendos de empresas multinacionais com sede nos Estados Unidos e que têm operações em território brasileiro.
Tarifação de 50% atinge vários setores da economia no Brasil
A nota da Fazenda mostra que o governo brasileiro descarta punir empresas multinacionais que possuem filiais no Brasil. Na nota, o Ministério da Fazenda não divulga o leque de opções que o governo possui e que estaria estudando para eventual retaliação à imposição de tarifas ao país. O governo ainda aposta numa negociação para adiar a tarifação de 50%, até que haja uma solução final.
A tarifação de 50% pode inviabilizar diversos setores da economia no Brasil, principalmente nas áreas de petróleo, carnes, café e suco de laranja. A produção de suco de laranja no Brasil deverá ser um dos setores mais afetados, pois tem os EUA como principal comprador. A retração nos contratos de compra começa a acontecer justamente em um momento de aumento de safra no país. A imposição da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, se confirmada, pode causar desemprego em vários setores, mas o governo ainda não divulgou o possível impacto no mercado de trabalho.