O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que o governo Lula pode cortar mais de 7,5 bilhões de reais em emendas parlamentares do Orçamento de 2026 como consequência da derrubada, pelo Congresso, da MP que teria garantido um caixa extra de 17 a 20 bilhões de reais para o Executivo no ano que vem.
“Temos que rediscutir essa questão para verificar como acomoda a decisão que foi tomada (com a perda de validade da medida provisória) na peça orçamentária”, disse o ministro em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
A declaração foi uma resposta ao presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Filho (União Brasil-PB), que nesta terça-feira adiou a votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 a pedido de Haddad e de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O ministro da Fazenda e o presidente do Senado e do Congresso vão se reunir ainda nesta terça-feira para discutir cenários políticos e como eles vão nortear a revisão dos cálculos para o Orçamento do ano que vem – inclusive com o possível corte de repasses indicados por parlamentares.
“Se o Senado for plenamente favorável a rever a taxação BBB (bets, bancos e bilionários) e a aprovar a revisão de benefícios… Se isso estiver na ordem do dia, o cenário para o ano que vem é um. Se não estiver, é outro”, disse Haddad.
Ele defendeu que, antes de votar a LDO, o Congresso defina como compatibilizar o Orçamento com a queda da MP de modo a cumprir as regras do novo regime fiscal, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a lei complementar das emendas parlamentares – “para que não tenha, no ano que vem, nenhum tipo de atrito entre Executivo e Legislativo”.