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Grupo dos EUA que matou Bin Laden é visto no Caribe: quem são os ‘Night Stalkers’

Nas últimas semanas, helicópteros associados ao famoso 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais dos Estados Unidos foram vistos a 145 km da costa venezuelana. Conhecidos como “Night Stalkers” (caçadores noturnos, em tradução livre), o grupo de elite é conhecido pelo protagonismo em operações militares de relevância, e sua presença no Caribe alimenta rumores de que a Venezuela seja palco de uma operação militar no futuro próximo.

“Eles basicamente levam e extraem (forças especiais) de lugares impossíveis à noite”, declarou o escritor Steven Hartov em entrevista ao jornal britânico The Guardian. Autor do livro The Night Stalkers, que dá detalhes sobre as missões empreendidas pela unidade, Hartov afirmou que o regimento é o único capaz de realizar operações que “parecem impossíveis” por conta da localização ou das defesas do inimigo.

Tropa de elite

Os Night Stalkers costumam transportar soldados americanos de elite — como os SEALs, força de operações especiais da Marinha,  os Boinas Verdes, tropa versada em guerra não convencional e contraterrorismo, ou membros da Delta Force, especializada em missões de alto risco — até zonas de guerra. Recentemente, helicópteros MH-60 Black Hawks e MH-6 Little Birds, costumeiramente utilizados pela unidade, foram avistados em treinamento em Trindade e Tobago, indício de que uma possível operação estaria fase preparatória.

Criada em 1981, a unidade opera sob o lema não oficial “a morte espera no escuro”. Seus membros já participaram de missões importantes e perigosas na história militar recente dos Estados Unidos, marcando presença nos combates contra o Estado Islâmico no Oriente Médio e operações contra senhores da guerra na Somália. E eles foram os responsáveis por transportar fuzileiros até o Paquistão na conhecida Operação Lança de Netuno, que resultou na morte do infame líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden.

“Quintal” dos EUA

A América Latina não é um cenário estranho às operações do grupo, que já foi acionado em pelo menos duas ocasiões para defender os interesses americanos na região que, tradicionalmente, os Estados Unidos enxergam como seu “quintal”. Em 1983, os Night Stalkers foram fundamentais para a invasão de Granada, no Caribe, ordenada pelo presidente Ronald Reagan para impedir que a antiga colônia britânica virasse um “bastião militar” da União Soviética.

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Já em 1989, pilotos de elite ajudaram a derrubar o então ditador do Panamá, Manuel Noriega, durante a Operação Justa Causa. Na ocasião, o regimento empreendeu uma operação noturna para resgatar um cidadão americano de uma prisão na Cidade do Panamá enquanto eram alvejados de maneira intensa. “Essas pessoas são os melhores pilotos de helicópteros do mundo”, disse o escritor Hartov.

Nem todas as ações promovidas pelos Night Stalkers foram bem-sucedidas. Um episódio bastante lembrado ocorreu na Somália em 1993, quando dois helicópteros da unidade foram derrubados durante uma operação na capital somali, Mogadíscio, por um único homem usando um AK-47. O episódio, considerado uma humilhação e um divisor de águas para o grupo, foi abordado no filme Falcão Negro em Perigo, de Ridley Scott.

Invasão à Venezuela

De acordo com o ex-ministro venezuelano Andrés Izarra, que vive no exílio desde 2015, uma possível invasão americana a Caracas poderia resultar em um desastre semelhante ao visto na Somália. Calculando que Maduro tem à sua disposição ao menos 20 mil milicianos armados com rifles de assalto e 5 mil mísseis portáteis Igla-S nas ruas do país, capazes de derrubar helicópteros e afundar navios, Izarra colocou em dúvida a eficiência de tal operação.

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“Como você vai conseguir que um Black Hawk opere na Venezuela, quando qualquer um pode ter um Igla-S e derrubá-lo?”, questionou ele em entrevista ao Guardian. “Eles vão transformar Caracas em Mogadíscio”, completou.

+ EUA expandem operação no Caribe com novo ataque a barco, agora no Pacífico

O governo Trump vem utilizando uma retórica anti-drogas para montar um cerco à Venezuela e ao ditador Nicolás Maduro. Indiciado por tráfico de drogas nos Estados Unidos em 2020, o líder chavista foi apontado pela Casa Branca como líder do Cartel dos Sóis e há especulação de que as ações americanas tenham o objetivo de retirá-lo do poder.

Desde que tomou posse em janeiro, Trump tem intensificado a pressão sobre Caracas. Embarcações militares americanas foram enviadas para a costa venezuelana, que também registraram a presença de bombardeiros B-52 e caças F-35 nos céus da região. Pelo menos oito operações contra barcos que supostamente carregavam drogas foram promovidas por Washington. Ao menos 35 pessoas morreram nas ofensivas, segundo dados oficiais.

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