A ativista sueca Greta Thunberg foi banida de Veneza, na Itália, após protestar despejando um corante verde no Grande Canal da cidade, como parte de uma ação junto à organização Extinction Rebellion. O episódio aconteceu no sábado, 22, e teve como objetivo destacar “os efeitos massivos do colapso climático” e criticar os resultados da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que se encerrou em Belém sem um acordo amplo para transição energética.
“Nos últimos dias, um projeto de acordo para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis foi apresentado na Conferência das Nações Unidas em Belém, apoiado por 82 delegações, mas foi contestado pela Itália e Polônia, entre outros”, afirmou o Extinction Rebellion em comunicado.
Thunberg, de 22 anos, foi penalizada com uma multa de 150 euros e proibida de entrar na cidade por 48 horas após a ação. Outros 35 ativistas climáticos que também participaram do episódio receberam a mesma punição. Imagens mostram o momento em que os manifestantes despejam o corante no canal, o maior e mais importante de Veneza, deixando-o com uma forte coloração esverdeada.

“Um ato desrespeitoso para a nossa cidade, a sua história e a sua fragilidade”, criticou o governador da região do Vêneto, Luca Zaia, afirmando ainda que o gesto pode trazer consequências para o meio ambiente.
No entanto, o Extinction Rebellion afirmou que o corante utilizado era fluoresceína, definido como “um sal de sódio completamente inofensivo, usado regularmente para monitorar o fluxo de água em rios”. Os protestos não ficaram restritos a Veneza, com outras 10 cidades italianas registrando o mesmo tipo de manifestação, como Turim, Bolonha e Gênova.

Os protestos em Veneza não ficaram restritos ao corante, com uma faixa sendo estendida na Ponte Rialto com os dizeres “parem o ecocídio”, e uma procissão de manifestantes vestidos de vermelho e com véus cobrindo o rosto circulando lentamente na ponte, simbolizando a dor das feridas do planeta.


COP30
Governada pela premiê Giorgia Meloni, a Itália foi um dos países a bloquear propostas mais assertivas a respeito do uso dos combustíveis fósseis na COP30, em Belém. A conferência terminou no domingo, 23, e decepcionou ativistas ao não firmar compromissos referentes a transição energética, focando em lidar com as consequências das mudanças climáticas, mas ignorando as causas.
Embora o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ambicionasse um acordo entre as nações para que se afastassem de combustíveis fósseis, as propostas foram bloqueadas por países dependentes de tal fonte energética, como as ricas nações árabes do Golfo Pérsico, e potências como China e Índia.