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Governo Trump recontrata centenas de funcionários demitidos pelo DOGE de Musk

Centenas de funcionários do governo federal dos Estados Unidos que haviam sido demitidos pelo “departamento de eficiência governamental”, o DOGE, uma força-tarefa liderada pelo bilionário Elon Musk com a missão de enxugar a máquina pública e cortar gastos, foram recontratados pela administração do presidente Donald Trump. As informações foram obtivas pela agência de notícias The Associated Press nesta quarta-feira, 24.

As recontratações estão, por ora, concentradas na Administração de Serviços Gerais (GAS), responsável por adquirir e gerir os imóveis e escritórios de uma miríade de agências federais. O órgão deu aos seus funcionários até o final desta semana para aceitar ou recusar a reintegração, de acordo com um memorando interno visto pela Associated Press, que teria sido emitido na última sexta-feira. Quem topar deve se apresentar para trabalhar em 6 de outubro, após o que equivale a sete meses de férias remuneradas.

Tiro saiu pela culatra

No início do ano, mais de 2 milhões de funcionários deixaram seus postos mediante um acordo por meio do qual foram praticamente obrigados a concordar com o afastamento em troca do pagamento de salário até setembro, iniciativa agressiva para reduzir o tamanho da força de trabalho federal.

O DOGE identificou a GSA, que tinha cerca de 12 mil funcionários no início do governo Trump, como um dos principais alvos de sua campanha de demissões, com objetivo de “reduzir fraudes, desperdícios e abusos” no governo federal. De acordo com a Associated Press, o governo reduziu em 79% o pessoal da sede da GSA; em 65% os gerentes de portfólio; e em 35% os gerentes de instalações.

Durante os últimos sete meses, porém, a GSA acumulou altos custos — repassados ​​aos contribuintes — para poder manter órgãos públicos funcionando em dezenas de imóveis cujos contratos de locação terminaram ou estavam prestes a expirar.

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“No final das contas, o resultado foi que a agência ficou falida e com escassez de funcionários”, disse Chad Becker, ex-funcionário do setor imobiliário da GSA, à emissora CBS News. “Eles não tinham as pessoas necessárias para executar as funções básicas.”

Becker, que representa proprietários com contratos de licitação com o governo na Arco Real Estate Solutions, disse que a GSA está em “modo de triagem” há meses. Segundo ele, a reversão repentina da redução do corpo de funcionários reflete como Musk e o DOGE foram longe demais, rápido demais.

“A equipe de liderança da GSA revisou as ações da força de trabalho e está fazendo ajustes no melhor interesse das agências clientes que atendemos e dos contribuintes americanos”, afirmou um porta-voz da agência.

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A GSA não é a única que aposta em recontratações. No mês passado, o IRS (Receita Federal dos Estados Unidos) informou que permitiria que alguns funcionários que fecharam acordos de demissão permanecessem no emprego. O Departamento do Trabalho também recontratou pessoas que aceitaram rescisões, enquanto o Serviço Nacional de Parques reintegrou vários funcionários expurgados.

As vigorosas medidas do governo Trump para cortar gastos foram criticadas pelo Partido Democrata. O deputado democrata Greg Stanton, do Arizona, da subcomissão que supervisiona a GSA, disse à Associated Press que não há evidências de que as demissões na agência “tenham gerado qualquer economia”.

Ingerência e turbulência na GSA

Um pequeno grupo de assessores de confiança de Musk chegou a se infiltrar na sede da GSA, às vezes dormindo em camas dobráveis ​​no sexto andar da agência. Além da redução do corpo de funcionários, seu objetivo era cancelar quase metade dos 7.500 contratos de locação do portfólio federal, além de vender centenas de edifícios de propriedade do governo. A GSA enviou mais de 800 avisos de cancelamento de contratos, em muitos casos sem informar os órgãos públicos inquilinos dos imóveis, e publicou uma lista com prédios governamentais à venda. Escritórios por todo o país seriam afetados, ocupados por agências como o IRS, a Administração da Previdência Social e a FDA (a Anvisa americana).

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A reação foi rápida, e ambas as iniciativas foram revertidas. Mais de 480 contratos de locação que seriam rescindidos sob orientação do DOGE foram poupados desde então. A força-tarefa criada por Musk, que antes se gabava de os cancelamentos de contratos economizariam, sozinhos, quase US$ 460 milhões, reduziu essa estimativa para US$ 140 milhões até o final de julho.

Como resultado da turbulência interna, porém, 131 contratos de locação expiraram sem que o governo efetivamente desocupasse os imóveis. A situação expôs as agências a taxas exorbitantes, porque os proprietários não conseguiram alugar esses espaços para outros inquilinos.

O Escritório de Prestação de Contas do Governo (GAO, na sigla em inglês), um órgão independente de fiscalização do Congresso, está examinando as ações na GSA e deve divulgar suas conclusões nos próximos meses.

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