O governo do presidente Donald Trump divulgou uma nova estratégia de segurança nacional nesta sexta-feira, 5, que detalha um foco mais intenso na América Latina e no combate à imigração enquanto, em contrapartida, promete um afastamento dos Estados Unidos de seu papel global. O documento que define os pilares de segurança e defesa do país e deve guiar a política externa americana durante o segundo mandato de Trump também menciona uma retomada da Doutrina Monroe para reposicionar Washington como líder regional.
A estratégia, detalhada em 33 páginas, prometeu um “reajuste de nossa presença militar global para enfrentar ameaças urgentes em nosso Hemisfério, afastando-nos de teatros cuja relevância relativa para a segurança nacional americana diminuiu nas últimas décadas ou anos”.
A publicação do documento ocorre em meio a uma ampla mobilização de navios, aviões, submarinos e soldados no Caribe e uma escalada de tensões sem precedentes contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela. A nova estratégia indica ser possível que a presença militar nos Estados Unidos na região seja mais duradoura do que o esperado. O combate a cartéis de drogas latino-americanos, como o que a Casa Branca diz estar fazendo desde agosto, está no documento.
“Após anos de negligência, os Estados Unidos reafirmarão e farão cumprir a Doutrina Monroe para restaurar a preeminência americana no Hemisfério Ocidental e proteger nossa pátria e nosso acesso a regiões-chave em toda a região. Negaremos a concorrentes de fora do Hemisfério a capacidade de posicionar forças ou outras capacidades ameaçadoras, ou de possuir ou controlar ativos estrategicamente vitais, em nosso Hemisfério”, diz outro trecho do documento. “O Corolário Trump à Doutrina Monroe é uma restauração sensata e eficaz do poder e das prioridades americanas, consistente com os interesses de segurança dos Estados Unidos”.
O documento delineia três elementos principais no realinhamento militar na região: presença mais adequada da Guarda Costeira e da Marinha para controlar as rotas marítimas, conter a migração ilegal e outras formas indesejadas de migração, reduzir o tráfico de pessoas e de drogas e controlar rotas de trânsito essenciais em situações de crise; empregos direcionados para proteger a fronteira e derrotar cartéis, incluindo, quando necessário, o uso de força letal para substituir a estratégia fracassada baseada apenas na aplicação da lei nas últimas décadas; estabelecer ou ampliar o acesso em locais de importância estratégica.