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Governo Trump autorizou operações secretas da CIA na Venezuela, diz jornal

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) conduza operações secretas na Venezuela, de acordo com autoridades ouvidas pelo New York Time. A medida, segundo reportagem publicada nesta quarta-feira, 15, tem objetivo de intensificar uma campanha de pressão contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Segundo o jornal, a autorização permite que a CIA realize operações letais em solo da Venezuela, em um momento em que militares americanos planejam uma possível escalada e elaboram opções para consideração de Trump.

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A aprovação se soma aos recentes ataques americanos contra supostos barcos pertencentes ao narcotráfico em águas internacionais próximas à costa venezuelana, que já deixaram 27 mortos. Na terça-feira, no quinto ataque do tipo, o governo americano disse ter destruído um barco “associado a redes narcoterroristas ilícitas” que transitava “por uma rota conhecida de DTO (sigla para organização de tráfico de drogas, em inglês)“.

A Casa Branca acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. Ele não só violou as leis de narcóticos americanas e tomou o poder de forma não democrática na Venezuela, mas também tem ligações com grupos criminosos, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, e comanda o Cartel de los Soles “há mais de uma década”, segundo o governo americano.

Em declaração recente, a secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, informou que foram apreendidos US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro. Em meio a trocas de farpas, o líder venezuelano mobilizou 4,5 milhões de milicianos chavistas em todo o país, apresentando a medida como uma estratégia de segurança. As acusações logo escalaram para uma movimentação militar americana em direção à Venezuela.

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Os navios de guerra USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson atuam desde o mês passado na costa venezuelana, também patrulhada por aviões de vigilância. Eles são acompanhados pelo destróier USS Lake Erin, capaz de disparar 122 mísseis, e pelo submarino USS Newport News, com ataque de propulsão nuclear.

Três contratorpedeiros, do grupo Anfíbio de Prontidão (ARG, na sigla em inglês), voltaram à região no final de agosto, depois de terem sido forçados a retornar aos EUA devido ao furacão Erin. As embarcações americanas poderão ser usadas para diferentes finalidades, de operações de inteligência vigilante a ataques direcionados contra a terra firme, disse uma autoridade à Reuters sob condição de anonimato.

Em paralelo, o avião Poseidon P-8, da Marinha tem operado a partir de San Juan, em Porto Rico, e tem conduzido voos circulares nos arredores de Aruba, no norte da Venezuela, para localizar semissubmersíveis, comumente usados pelo narcotráfico para transportar drogas para o México. De lá, os entorpecentes seguem para os EUA. Um Boeing E-3 Sentry também foi localizado na região, sendo empregado para localizar alvos de interesse.

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Tentativa de negociação

Segundo outra reportagem do NYT, publicada nesta semana, Maduro teria tentado usar riquezas naturais do pais como moeda de troca para aliviar a pressão econômica e política. Sob sanções e retórica cada vez mais agressiva de Washington, o líder chavista ofereceu amplas concessões econômicas a empresas de energia e mineração dos EUA em troca de uma trégua política com o presidente Donald Trump.

A proposta, que circulou por meses, incluía abrir todos os projetos de petróleo e ouro — existentes e futuros — a companhias americanas, conceder contratos preferenciais, redirecionar o fluxo de exportações de petróleo da China para os Estados Unidos e romper acordos de energia e mineração com empresas chinesas, iranianas e russas. Em troca, Maduro esperava uma reaproximação política e o alívio das sanções que paralisam a economia venezuelana.

A Casa Branca, no entanto, acabou por rejeitar as concessões, segundo o NYT. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tornou-se a principal voz a favor da linha-dura contra o regime venezuelano, chamando Maduro de “foragido da Justiça americana” e encerrando qualquer esforço de negociação conduzido pelo enviado especial Richard Grenell. Na semana passada, o governo Trump formalizou o rompimento das relações diplomáticas com Caracas.

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