A consulta pública do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCap) 2026, publicada nesta sexta-feira, 22, em edição extra do Diário Oficial da União, enviou ao mercado o sinal de que o gás natural figura no centro da estratégia do governo para reforçar a segurança energética. O primeiro certame do novo modelo, marcado para março do próximo ano, contemplará especificamente usinas a gás, além de carvão mineral e hidrelétricas.
A decisão busca dar resposta a um setor que vinha cobrando regras mais estáveis, sobretudo no que diz respeito ao transporte do insumo e aos riscos de desconexão das térmicas da malha. O desenho agora incorpora ajustes de tarifas e novos critérios de flexibilidade operativa, um aceno direto às empresas de gás.
O aceno vem em um contexto marcado pelo desgaste dos últimos anos. O LRCap 2025 acabou cancelado após disputas judiciais questionarem a modelagem do certame, em um revés que travou investimentos e aumentou a desconfiança no setor. O governo aposta que o novo formato, mais robusto juridicamente, permitirá destravar o planejamento e dar confiança a investidores e fornecedores.
Além do gás, a novidade do leilão é a inclusão de hidrelétricas como produto prioritário para 2030, reforçando a estratégia de diversificação da matriz. Mas, na prática, a mensagem mais imediata foi dirigida ao mercado de gás, que sai contemplado como protagonista da transição no curto prazo.
