No dia 15 de abril deste ano, por solicitação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma aeronave da Força Área Brasileira (FAB) decolou de Brasília às 22h45 com destino ao aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima, no Peru, para buscar a ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, que fora condenada a 15 anos de prisão em uma ação por lavagem de dinheiro. Em documento do Ministério da Defesa divulgado nesta sexta-feira, 14, há o valor do custo operacional da viagem: 345.013,56 reais aos cofres públicos brasileiros.
Apenas para custo logístico, o governo desembolsou 318.019,20 reais. As diárias para os tripulantes foi orçado em 7.547,62 reais e as taxas aeroportuárias (handling) custaram 19.456,74 reais. A tripulação do voo foi composta por seis militares — sendo três pilotos, um mecânico e dois comissários. O modelo da aeronave utilizada foi E-135 Shuttle (VC-99C), sob matricula FAB 2560.
Ainda de acordo com a documentação, a aeronave realizou pouso técnico em Cuiabá e depois seguiu ao país vizinho. O pouso ocorreu em Lima às 2h45 e a decolagem rumo a Brasília foi às 4h20. O voo com a ex-primeira-dama peruana chegou na capital federal às 11h40 do dia 16 de abril deste ano. O documento do Ministério da Defesa foi assinado por José Múcio Monteiro Filho, titular da pasta, no dia 5 de novembro deste ano, às 17h08. O requerimento de informação foi realizado em outubro a pedido do deputado federal Marcelo Van Hatten (Novo-RS).

Nadine Heredia é mulher do ex-presidente do Peru Ollanta Humala, que também foi condenado na mesma ação, que é desdobramento da Lava Jato. A acusação afirma que o casal recebeu dinheiro de forma ilícita da construtora brasileira Odebrecht na campanha eleitoral de 2011. A pena de Humala é a mesma da mulher. Ao se apresentar à Justiça, o ex-presidente foi preso. Ao saber da prisão, Heredia foi para Embaixada do Brasil e solicitou asilo diplomático, o que foi aceito pelo governo Lula.
Recentemente, a ex-primeira-dama peruana entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar prisão ou extradição. Os advogados de defesa sustentam que as decisões da Corte no sentido de anular provas da operação Lava Jato que envolvem a empreiteira brasileira devem ser estendidas a Heredia.