O governo Lula estuda a possibilidade de demitir Lúcio Ferreira Gomes, irmão do ex-governador Ciro Gomes, do comando da Companhia Docas do Ceará. Motivo: retaliação.
O PT do Ceará está incomodado com as articulações feitas pelo ex-governador visando as eleições do ano que vem. Ciro se aproximou do PSDB nas últimas semanas e ensaia lançar uma pré-candidatura pelo partido. Ele cogita concorrer ao governo, mas também não descarta uma nova disputa pela Presidência da República.
Apesar de ainda não ter batido o martelo sobre qual cargo irá concorrer, o ex-ministro pretende, em ambas as hipóteses, incorporar o candidato que vai representar a oposição ao PT.
Ciro Gomes deixou o PDT por discordar da decisão do partido de permanecer na base do governo Lula e do provável apoio que a legenda dará a Elmano de Freitas, o atual governador do Ceará, que vai disputar a reeleição em 2026.
Desde então, o ex-ministro tem se movimentado em busca de um sigla que esteja disposta a investir em uma candidatura de oposição à gestão petista, de preferência encabeçada por ele.
Na semana passada, incomodados com essa movimentação, aliados do presidente Lula no Ceará foram a Brasília cobrar providências do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), quanto à manutenção de Lúcio Ferreira Gomes na chefia da Companhia Docas.
Engenheiro, o irmão de Ciro Gomes ocupa o posto vinculado ao ministério de Portos de Aeroportos desde junho de 2023. Para as lideranças petistas que se reuniram com Costa Filho, não faz sentido manter parentes de um possível adversário de Lula num posto estratégico da gestão federal.
As pesquisas de intenção de voto mais recentes apontam Elmano de Freitas como o candidato favorito na disputa estadual. O petista conta com o apoio do ministro da Educação, Camilo Santana, e do senador Cid Gomes (PSB), o outro irmão de Ciro, que se afastou dele por divergências políticas.
