Um dia depois da operação mais letal da história da cidade do Rio, o governo do Rio reforçou o policiamento nas ruas da cidade nesta quarta-feira, 28, com atenção especial às zonas Norte, onde ocorreu a incursão policial, e Sudoeste, para que o deslocamento da população seja garantido. Ao longo da tarde desta terça, cenas de caos foram vistas em diversos bairros da capital fluminense, em represália do crime organizado, atravessou ônibus nas ruas e inflamou barricadas em regiões próximas a comunidades dominadas pelo Comando Vermelho.
Os agentes também reforçam nesta quarta vias expressas como a Avenida Brasil e as linhas Vermelha e Amarela, rotas importantes para o deslocamento de trabalhadores da Região Metropolitana em direção ao Centro do Rio e à Zona Sul da cidade.
Como parte das medidas , agentes do serviço administrativo da Polícia Militar foram realocados para a atuação operacional nas ruas. Esse aumento, de acordo com a corporação, representa mais de 40% de incremento no efetivo empregado em patrulhamento, ampliando a presença da corporação em diversas regiões da cidade. Segundo o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, o foco é “o restabelecimento da ordem e a garantia da segurança da população”.
Após as cenas de caos, no entanto, a cidade amanheceu com aulas em universidades suspensas e alguns estabelecimentos fechados. Parte dos trabalhadores foram também orientados a permanecerem em suas casas, tomados pela tensão vista nas ruas na tarde de terça-feira.
No balanço oficial divulgado pelas forças policiais, foram 64 mortes decorrentes da operação nos complexos do Alemão e da Penha. Na manhã desta quarta, no entanto, ao menos 60 novos corpos foram levados para uma praça na região por moradores locais. Se confirmada a relação desses corpos com a incursão dos agentes, o saldo final ultrapassaria as 120 mortes. Até então, a ação mais letal da polícia em comunidades no Rio havia sido no Morro do Jacarezinho, em 2021, quando foram registradas 24 mortes.