A General Motors (GM) encerrou o segundo trimestre de 2025 com lucro líquido de US$ 1,895 bilhão, uma queda de 35,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Embora os resultados tenham superado as expectativas do mercado em alguns indicadores, o balanço divulgado nesta terça-feira, 22, deixou claro que os ventos protecionistas que voltaram a soprar de Washington estão longe de ser neutros para a indústria americana.
A companhia estima que tarifas impostas pelo governo de Donald Trump custaram US$ 1,1 bilhão em lucro operacional apenas entre abril e junho, somando US$ 3 bilhões, e prevê que os efeitos negativos serão ainda maiores nos próximos trimestres, calculando um impacto total entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões. Para compensar parcialmente os custos adicionais, a GM aposta em três frentes: melhorias na eficiência fabril, programas de redução de despesas e reposicionamento de preços. A expectativa é neutralizar ao menos 30% do impacto tarifário até o fim de 2025.
Apesar do baque, os números mostraram alguma resiliência. O lucro por ação ajustado ficou em US$ 2,53, acima dos US$ 2,34 esperados pelos analistas da FactSet. A receita líquida do trimestre somou US$ 47,12 bilhões, uma leve retração de 1,8% em relação ao ano anterior, mas também superando as previsões. A companhia manteve sua projeção de lucro operacional para o ano entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões.
O alerta sobre os danos das tarifas vem na esteira de um trimestre anterior já turbulento. No quarto trimestre de 2024, a GM reportou prejuízo líquido de US$ 2,96 bilhões, revertendo o lucro de US$ 2,1 bilhões do mesmo período do ano anterior. A perda foi atribuída, em grande parte, à reestruturação de operações na China e à decisão de encerrar os investimentos no setor de robotáxis – apostas caras que não se traduziram em retorno imediato.