A ministra das Relações Institucionais do governo Lula, Gleisi Hoffmann criticou nominalmente o senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, por conta de uma entrevista que ele condeceu nesta quarta, 9, criticando a postura do governo no caso do Imposto sobe Operações Financeiras, o IOF. Ela disse que o parlamentar “foi à TV espalhar mentiras” e que isso “não é fazer oposição ao governo. É trabalhar contra o país”.
Nogueira concedeu uma entrevista ao canal GloboNews, oportunidade em que criticou a postura da gestão petista no impasse sobre o aumento do tributo. O senador disse que a campanha que o governo fez sobre o assunto é “desleal” e disse não ser possível que “em um orçamento de mais de 1 trilhão de reais, não tenha nada para ser enxugado”.
“Ciro Nogueira, presidente do PP, foi à TV hoje espalhar mentiras sobre o decreto do IOF. A medida não afeta e nunca afetou o crédito das pessoas físicas, que não teve alteração. Deveria se lembrar também que o IOF sobre transações internacionais, que o decreto estipula em 3,5%, era de 6,38% no governo de Bolsonaro. Falar mentiras como essa, na TV e nas redes sociais, não é fazer oposição ao governo. É trabalhar contra o país, o que marcou o desgoverno em que Ciro Nogueira foi ministro. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva trabalha por justiça tributária”, escreveu Gleisi no X (antigo Twitter).
Ciro Nogueira, presidente do PP, foi à TV hoje espalhar mentiras sobre o decreto do IOF. A medida não afeta e nunca afetou o crédito das pessoas físicas, que não teve alteração. Deveria se lembrar também que o IOF sobre transações internacionais, que o decreto estipula em 3,5%,…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 9, 2025
A derrubada dos decretos que aumentavam o IOF pegou o governo de surpresa, pois havia, segundo a atual gestão, um combinado que foi descumprido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Os dois lados levaram a discussão para o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, suspendeu as deliberações tanto do governo quanto do Congresso e marcou uma audiência de conciliação no próximo dia 15.
O impasse desgastou ainda mais a relação entre Executivo e Legislativo — um dos panos de fundo do embate é o apetite do Congresso pela liberação de mais emendas. O governo Lula tem defendido o diálogo com os partidos do Centrão, mas apoiou, por outro lado, as críticas feitas aos sinais contraditórios emitidos pelo Congresso, cujas lideranças têm defendido que o governo corte gastos e não aumente impostos, ao mesmo tempo que criou novos cargos de deputados.
