Em tom de desabafo e com críticas, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi às redes sociais neste sábado, citou casos de violência policial e questionou a postura da Polícia Militar de São Paulo. Desde o início do mandato do governador Tarcísio de Freitas, a atuação da corporação tem sido alvo frequente de questionamentos.
O magistrado falou sobre a necessidade de uma formação adequada dos profissionais de segurança pública, de um maior compromisso os órgão de controle e do respeito aos direitos humanos.
“O Estado não pode adotar os mesmos métodos daqueles que pretende enfrentar. Segurança pública se faz com inteligência e respeito à legalidade”, escreveu Mendes em sua página oficial no X.
Para sustentar as críticas, o ministro da Corte citou o caso do marceneiro Guilherme Dias Santos, que foi morto pelo policial Fábio Anderson Pereira, que estava de folga. Na ocasião, ele foi alvejado após o policial tê-lo visto correndo na direção de um ponto de ônibus. Preso em flagrante, Pereira alegou ter confundido Santos com um criminoso que o roubou minutos antes. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 6,5 mil.
O magistrado também se referiu ao caso de Igor Oliveira, que foi executado em Paraisópolis após ser atingido por disparos feitos por policiais militares apesar de estar rendido e desarmado.
Para Mendes, os episódios evidenciam a necessidade urgente de reflexão sobre o tema da segurança pública no país.
“A Constituição Federal de 1988 não admite atalhos punitivos! Nenhuma suspeita, por mais grave que seja, autoriza execuções sumárias. A Justiça só pode ser feita com base em provas e processos regulares”, avaliou em sua postagem.