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Galvão Bueno a VEJA: “A TV tradicional ainda tem seu lugar cativo”

Aos 74 anos, Galvão Bueno segue se reinventando. Narrador da Globo por mais de quatro décadas, o locutor de voz inconfundível deixou a emissora em 2024 e embarcou em outros projetos na Band e no streaming Prime Video. Recentemente, o também empresário se tornou sócio da N Sports, empresa de mídia e canal esportivo que produz conteúdo digital para fãs de várias modalidades. Em entrevista a VEJA, Galvão falou do novo negócio, do equilíbrio em manter o Galvão e Amigos na emissora da família Saad e sua opinião sobre a ascensão do streaming na cobertura futebolística.

Confira a entrevista na íntegra:

Como surgiu a oportunidade de virar sócio da N Sports e por que embarcou no projeto? Sempre fui interessado por novidades e, claro, por tudo o que envolve o meu trabalho. Há alguns anos, desde que essa nova forma de consumir e acompanhar eventos esportivos começou a aparecer, quis conhecer e entender melhor. Isso faz parte de um interesse profissional, mas também pessoal. Tem uma turma boa, com larga experiência nesse meio, que resolveu reconstruir a N Sports e que me chamou pra fazermos juntos. Tenho mais de 50 anos de experiência e entendi que estava na hora de aceitar um novo desafio. Além disso, tenho na Letícia [Galvão Bueno], minha CEO, e nos profissionais que sempre trabalharam comigo e que vou trazer pra agregar ao time, um alicerce para essa empreitada e fico mais seguro e confiante. O projeto que me encantou tem uma N Sports versátil, com diversos direitos e formatos, informativa sem ser chata e multigeracional. É nisso que todos nós acreditamos.

O senhor também está no programa Galvão e Amigos, na Band, e narra jogos da série A do Brasileirão e Copa do Brasil no Prime Video. Qual o segredo para manter o equilíbrio entre os projetos? Dando minha absoluta dedicação em tudo o que me proponho a fazer. Sempre tive em mente que o público merece o melhor. Por isso, desde o início da minha carreira até hoje, tenho disciplina e energia para entregar meu trabalho com qualidade. Tanto ao longo de mais de 40 anos de Globo, como agora na Band, no Prime, ou como será na N Sports, não abro mão de dar o que tenho de melhor e me cobro diariamente por isso. Como diria um dos meus mestres, o grande Boni, é sempre possível fazer melhor. A cada programa, a cada transmissão penso no que foi bom e no que poderia ter sido diferente e assim equilibro tudo.

Dada sua experiência em TV aberta e seu ingresso no streaming, como vê o comportamento do público em relação às transmissões esportivas no futuro? Acha que o streaming vai dominar a escolha dos torcedores em detrimento da TV tradicional? Não projeto um cenário em que o streaming alcance pleno domínio na escolha dos torcedores no curto ou médio prazo. É natural que as novas gerações tenham maior familiaridade com o streaming e acredito, sim, que ainda haja espaço para muito crescimento desse consumo. Aliás, tanto acredito que me juntei à N Sports olhando para esse perfil de consumo de conteúdo multigeracional. Mas a TV tradicional ainda tem seu lugar cativo no cotidiano dos brasileiros. Na verdade, vejo o streaming alcançando pessoas que não consomem mais a TV tradicional, e não roubando torcedores cativos da TV. Até por isso me associei com a Amazon primeiro e depois com a N Sports.

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Como imagina o futuro das transmissões esportivas no streaming? Acredito em paixão, com cada vez mais tecnologia e interação entre transmissão e público. As pessoas já fazem parte do espetáculo, mesmo que de casa. Se antes isso era restrito à ligação telefônica e e-mail, essa participação, aliada à evolução tecnológica, ganha quase que uma instantaneidade. Mas tudo isso precisa vir carregado de leveza e paixão. A interação sem paixão não se sustenta. A pessoa pode ser apaixonada pelo clube, pelo atleta, por ídolos, pela modalidade, pela Seleção do Brasil… Mas tem ali sempre um componente maior ou menor de paixão. Tudo isso banhado por uma tecnologia que trará ainda mais atratividade e novas perspectivas de consumo. Penso que consegui seguir em alto nível ao logo de toda minha carreira justamente porque sempre busquei ser receptivo às evoluções, como agora temos com a tecnologia. Negar a tecnologia no esporte é negar a chegada do futuro.

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