Na leitura de defensores dos réus da trama golpista, o ministro Luiz Fux, do STF, “plantou a semente”.
Ao bombardear a denúncia da PGR sobre o plano de golpe de Estado, nesta quarta, o ministro do Supremo fortaleceu a ofensiva bolsonarista contra o Supremo, validou a narrativa de Donald Trump sobre “caça às bruxas” e abriu o caminho para que todo o caso seja anulado no futuro, com a mudança de composição do Supremo.
Ao apontar a incompetência absoluta do STF para julgar o caso — fato que levou o mesmo Supremo, no passado, a anular as ações da Lava-Jato contra Lula –, Fux abriu caminho para novos recursos.
Num exercício de futurologia bastante frequente entre caciques bolsonaristas, o desmonte do julgamento do golpe passará pela eleição de uma maioria de direita no Senado e a reconquista do Palácio do Planalto em 2026. A partir daí, o próximo mandatário terá o poder de indicar novos ministros ao STF, com as aposentadorias de Cármen Lúcia e de Gilmar Mendes. Com novos ventos no Planalto, seria possível cooptar outros ministros da Corte para a ala favorável a uma revisão total da ação da trama golpista.
O voto do ministro ainda está na metade, mas já revela diferentes argumentos contrários ao voto do relator, Alexandre de Moraes. Era só isso que o bolsonarismo precisava para renovar as forças na luta pela anistia e contra o julgamento no Supremo.
