O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), lançado oficialmente nesta quinta-feira, 6, em Belém (PA), pelo presidente Lula, recebeu o endosso de 53 países. O anúncio foi feito após almoço com autoridades internacionais no contexto da Cúpula dos Líderes que antecede a COP30, a Conferência do Clima da ONU, que começa na segunda-feira, 10, na capital paraense.
Muitos desses países são considerados, pelos negociadores brasileiros, potenciais investidores do fundo, enquanto outros devem se beneficiar no futuro com a remuneração pelo esforço de manter as florestas preservadas. No primeiro grupo, estão nações como Alemanha, Armênia, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Suécia e Países Baixos.
“A ideia do TFFF era exatamente a ideia ambiciosa que o mundo precisava nesse momento”, disse o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen. A Noruega anunciou que vai investir 3 bilhões de dólares no fundo pelos próximos dez anos, o maior valor até agora. Também nesta quinta-feira, a França prometeu aportar 500 milhões de euros no TFFF. O Brasil e a Indonésia já haviam anunciado 1 bilhão de dólares cada.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que, com esses comprometimentos, o fundo já atinge a metade da meta de contribuições esperadas no período de um ano, de cerca de 10 bilhões de dólares. O plano é angariar, no total, 25 bilhões de dólares de recursos de governos para viabilizar o TFFF. “A Alemanha disse que vai se engajar, mas vai deixar para anunciar amanhã (seu investimento no fundo)”, disse Haddad. Nesta sexta-feira, está prevista uma reunião bilateral entre o premiê alemão Friedrich Merz e Lula.
O TFFF não é um fundo baseado em doações, mas sim em investimentos com rendimento, com administração o Banco Mundial. A ideia é ter uma proporção de 4 dólares de aportes privados para cada 1 dólar de dinheiro público aplicados no fundo.