A França fechou nesta segunda-feira, 16, os estandes das quatro principais empresas israelenses no maior salão aeronáutico e espacial do mundo, o Paris Air Show, depois que expositores supostamente se recusaram a remover algumas armas da exposição, provocando uma resposta nervosa de Israel.
Os estandes da Israel Aerospace Industries (IAI), Elbit Systems, Rafael, Uvision, Elbit e Aeronautics foram fechados com divisórias pretas após o governo francês ordenar o bloqueio do acesso às exposições de fabricantes israelenses de material bélico que exibiam “armas ofensivas” ou cinéticas. Certos tipos de sistemas de armas avançados são proibidos pela exposição.
Um estande do Ministério da Defesa de Israel e três estandes israelenses menores, que não tinham equipamentos em exposição, permanecem abertos.
A exposição, organizada pela Associação Francesa das Indústrias Aeroespaciais e realizada pela primeira vez em 1909, acontece no aeroporto de Le Bourget, nos arredores de Paris, de segunda-feira a domingo. O evento é um estratégico ponto de encontro para fabricantes de aviões e armamentos. Cerca de 47% dos expositores têm atuação militar.
O Ministério da Defesa de Israel afirmou que rejeitou a ordem do governo francês de remover alguns estandes de armas.
“Esta decisão ultrajante e sem precedentes exala considerações políticas e comerciais. Os franceses estão se escondendo atrás de supostas considerações políticas para excluir armas ofensivas israelenses de uma exposição internacional – armas que competem com as indústrias francesas”, disse a pasta.
Os organizadores do evento afirmaram estar em negociação para tentar ajudar “as várias partes a encontrar um favorável para a situação”.
A ordem do governo francês se dá em meio ao quarto dia de conflito entre Israel e Irã, após ataque de Tel Aviv a Teerã na sexta-feira. Apesar da França, aliada de longa data de Israel, ter endurecido sua posição em relação ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em meio aos incansáveis ataques contra a Faixa de Gaza, o presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu o direito de Israel de se defender de ataques iranianos.