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França aprova transferência de orcas para santuário

O destino de duas orcas queridas do público europeu finalmente parecem caminhar para um desfecho positivo, após um ano de isolamento e incertezas sobre o bem-estar delas. Nesta semana, o governo francês endossou a transferência de Wikie, 23 anos, e Keijo, 11, para o santuário da Whale Sanctuary Project, na Nova Escócia, no Canadá. Atualmente, as baleias permanecem no Marineland de Antibes, um dos maiores parques marinhos da Europa, que encerrou suas atividades há praticamente um ano.

Inaugurado em 1970, o Marineland chegou a abrigar, em seus anos áureos, cerca de 4 mil animais de 150 espécies. A mudança de cenário começou com a adoção de uma nova regulação, que proibiu o cativeiro e as exibições de animais marinhos, somada à pressão crescente de organizações de proteção animal e à queda acentuada de público. O resultado foi o fechamento do parque. Desde então, o esforço tem sido realocar os animais remanescentes — um processo complexo, no qual o casal de orcas acabou ficando por último. Ao longo desse período, a administração manteve apenas uma equipe mínima no local, dedicada exclusivamente aos cuidados com os animais.

A situação ganhou dimensão nacional neste mês, quando um ativista invadiu o parque, filmou as orcas e publicou as imagens nas redes sociais. O vídeo ultrapassou 33 milhões de visualizações e colocou Wikie e Keijo no centro do debate público (assista ao vídeo abaixo). As baleias deixadas para trás estavam em tanques já tomados por algas. Em nota oficial, o governo francês afirmou: “As duas orcas do parque estão destinadas a integrar o Whale Sanctuary Project, um santuário marinho para cetáceos na Nova Escócia, no Canadá. Cabe destacar que as autoridades científicas espanholas já recusaram a transferência das orcas para o Loro Parque, em Tenerife, na Espanha, e que seria inaceitável que esses animais continuassem a ser explorados para fins de entretenimento. A solução do santuário é, portanto, a mais credível, a mais ética e a única que atende aos requisitos de segurança e bem-estar animal. A transferência poderá ocorrer no verão de 2026.”

Para Mathieu Lefèvre, ministro da Transição Ecológica, da Biodiversidade e das Negociações Internacionais sobre Clima e Natureza, “o governo está agindo de forma responsável e coerente”. As orcas são os maiores mamíferos da família dos golfinhos, podendo chegar a até dez metros de comprimento e viver entre 50 e 90 anos. O próprio parque já havia solicitado apoio do governo para encontrar um novo destino para os animais e, diante da decisão, elogiou tanto a medida quanto a disposição do santuário canadense, que deverá ser o primeiro no mundo a acolher orcas.

Mais do que um alívio para Wikie e Keijo, o episódio simboliza uma mudança de paradigma. A substituição de parques de exibição por santuários reforça o entendimento de que espetáculos com animais marinhos são incompatíveis com padrões contemporâneos de bem-estar e ética. A expectativa é que esse modelo, ainda incipiente, se consolide e contribua para tornar cada vez mais raras — e eventualmente obsoletas — as exibições de animais em cativeiro.

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