A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta terça-feira, 21, a prisão preventiva do cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, acusado de participar de um ataque contra uma equipe da Polícia Civil que cumpria mandado de busca e apreensão na madrugada do último sábado, no Joá, Zona Oeste da cidade. A operação tinha como alvo o adolescente Thallys Gabriel de Azevedo, o “Menor Piu”, apontado como integrante da facção Comando Vermelho.
Durante a abordagem, segundo o inquérito, Oruam teria incitado a resistência policial ao lado de cerca de oito pessoas. As testemunhas relataram que o grupo lançou pedras contra os agentes, lesionando o policial civil Alexandre Alves Ferraz — que aparece ferido nas imagens anexadas aos autos — e danificando uma viatura. A ofensiva permitiu que o adolescente, considerado foragido, escapasse do cerco.
A decisão judicial cita que o cantor gritou insultos e ameaças aos agentes, além de afirmar, em meio ao tumulto, ser “filho de Marcinho VP”, um dos principais líderes do Comando Vermelho, atualmente preso em um presídio federal. Após o episódio, ele teria feito postagens desafiando a polícia nas redes sociais e sugerindo estar refugiado no Complexo da Penha.

Com base nos depoimentos, laudos, vídeos e nas declarações do Ministério Público, a juiza Ane Cristine Scheele Santos decretou a prisão preventiva de Oruam pelos crimes de resistência qualificada, desacato, lesão corporal, ameaça, dano ao patrimônio público e associação ao tráfico de drogas. A magistrada ressaltou que a liberdade do cantor representa risco à ordem pública e à aplicação da lei penal, além de comprometer a coleta de provas e intimidar testemunhas.
O mandado de prisão tem validade de oito anos. Oruam segue foragido até o momento.