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Foto inédita mostra duas estrelas gigantes formando espiral antes da morte

O telescópio espacial James Webb registrou uma imagem impressionante de um fenômeno raro no universo: duas estrelas gigantes, em fim de vida, envoltas em uma espiral de poeira cósmica. A estrutura, conhecida como nebulosa Apep, está localizada a milhares de anos-luz da Terra e foi captada com riqueza de detalhes pelo instrumento mais poderoso já enviado ao espaço.

A aparência da nebulosa lembra uma serpente enrolada em si mesma — o que inspirou seu nome, Apep, uma referência à divindade egípcia associada à destruição. Mas o que parece um espetáculo visual é, na verdade, um sinal de que essas estrelas estão próximas do colapso, prestes a explodir em supernovas.

Como essa espiral se forma?

As duas estrelas da nebulosa Apep são do tipo Wolf-Rayet, uma classe extremamente rara e violenta. Elas estão entre as mais massivas e quentes do universo, e passam por uma fase curta e instável antes de morrer. Nesse estágio final, liberam ventos estelares muito intensos, que colidem entre si e geram uma enorme quantidade de poeira.

Essa poeira é lançada para o espaço e, com o movimento orbital das estrelas, vai sendo enrolada em formato de espiral, como se fosse água saindo de um irrigador. A nova imagem revela ainda conchas concêntricas de poeira ao redor do sistema, formadas por episódios sucessivos de liberação de material.

Nebulosa em espiral do sistema triplo de estrelas Wolf-Rayet WR104, registrada por Peter Tuthill.
<span class=”hidden”>–</span>Peter Tuthill/Reprodução
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Uma terceira estrela entra na dança

Além das duas estrelas centrais, os astrônomos descobriram indícios de uma terceira estrela no sistema. A presença desse novo astro foi deduzida por um “entalhe” nas camadas de poeira — como se algo estivesse escavando o material por dentro. Isso confirma que a nebulosa Apep é um sistema triplo, ainda mais complexo e raro.

A interação entre essas estrelas cria um ambiente ideal para a formação de poeira rica em carbono, que viaja pelo espaço e contribui para a composição de planetas e até de seres vivos. Parte do carbono que compõe o corpo humano pode ter se originado em sistemas como esse.

Além de mostrar um espetáculo visual fascinante, a imagem da nebulosa Apep ajuda os cientistas a entender melhor como ocorrem as últimas fases da vida das estrelas mais massivas, como se formam supernovas e como os elementos essenciais à vida são espalhados pelo universo.

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