Depois de dizer que foi escolhido por seu pai para disputar a Presidência da República, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) retomou a campanha pela votação de um projeto de anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro e por tentativa de golpe de Estado.
Se aprovado, um perdão amplo, geral e irrestrito beneficiará Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por atentar contra o regime democrático. Integrantes do PL dizem que há votos suficientes para a aprovação de uma medida desse tipo na Câmara. Por isso, querem que o texto seja submetido ao plenário.
O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), segura a tramitação porque prefere a aprovação apenas da redução das penas impostas aos golpistas, o que não livraria Jair Bolsonaro da prisão. Flávio, o primogênito do ex-presidente, não aceita o “projeto da dosimetria”, cobra a adoção imediata da anistia e insinuou que deixará a corrida presidencial, como querem líderes do Centrão, se seu pai for perdoado e libertado.
Dificuldade extra no Salão Azul
Mesmo que os deputados aprovem a anistia, a tendência é o Senado rechaçar a iniciativa. O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), comandante do Congresso, já se declarou contra a medida. Diante da resistência dele, Flávio tem dito que cabe a Davi escolher qual papel quer desempenhar neste importante capítulo da história brasileira.
O Zero Um afirma que o colega tem duas opções: se inspirar no Davi bíblico que derrotou o gigante Golias ou ser um Davi apequenado que se associou ao gigante opressor — no caso, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo da trama golpista.
Até agora, Alcolumbre ignorou o colega. Ele tem outras batalhas a travar — e não se mostra disposto a comprar as brigas do clã Bolsonaro.