Para o jovem goleiro Pedro Henrique Nascimento, 14 anos, a sensação poderia até se assemelhar a um Fla-Flu. Não é todo dia que um morador da Praça Seca, no Rio de Janeiro, teria a chance de ficar prostrado entre as traves para tentar impedir uma cobrança de pênalti de um membro da realeza britânica. O problema é que, nesta segunda-feira, 3, a bola chutada pelo príncipe William entrou.
“Fiquei frustrado porque tomei gol dele, mas mérito dele”, disse a VEJA, entre uma risada e outra. “Tentei pegar, mas foi muito forte, não deu”.
Os dois ainda conversaram um pouco depois, mas não rendeu muito, segundo o carioca.
“Não entendia muito o que ele falava, mas ele era bem simpático”, brincou.
+ Com paradas para selfies, príncipe William recebe chaves da cidade do Rio no Pão de Açúcar
Roteiro pelo Rio
Mais cedo, antes de participar de encontro com crianças e jovens no Maracanã, o príncipe recebeu as chaves da cidade do Rio, em um evento no Pão de Açúcar. Trata-se da primeira visita do futuro rei ao Brasil, com roteiro entre Rio e Belém, no Pará, onde participará como representante do rei Charles III na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).
Nos próximos dias, ele participará de uma série de eventos com autoridades brasileiras, líderes indígenas, iniciativas comunitárias e chefes globais em inovação. Além de passagens para conhecer a biodiversidade brasileira, William marcará presença na Cúpula Global do Programa United for Wildlife, resultado de uma parceria entre o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a Interpol, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e a Polícia Federal.
A viagem pelo Rio termina com a cerimônia do Earthshot Prize, prêmio ambiental fundado por William, na quarta-feira, 5, no Museu do Amanhã. A decisão por sediar a premiação no Rio marca a primeira vez que a láurea será concedida na América Latina e “reforça o protagonismo do Brasil na agenda climática global”.
O prêmio foi criado em 2020 através de sua Royal Foundation, com o objetivo de incentivar novas ideias para solucionar problemas ambientais. Segundo o príncipe, o Earthshot foi inspirado em uma visita que ele realizou à Namíbia e seu nome é uma homenagem ao projeto “moonshot”, do ex-presidente americano John F. Kennedy, que levou ao pouso lunar em 1969.
+ Por que missa conjunta com o papa no Vaticano foi passo marcante para Charles III
Quem são os finalistas brasileiros
Entre os concorrentes do Brasil, estão a re.green, definida pela premiação como “uma extraordinária startup tecnológica brasileira que combate o desmatamento”, e Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que foi considerada “a iniciativa financeira florestal mais ambiciosa que o mundo já viu, tornando a preservação mais valiosa do que a destruição”. Neste ano, há quatro finalistas da América do Sul.
“Ser finalista do Prêmio Earthshot na véspera da COP30 é uma honra que ajudará a aumentar a conscientização global sobre esta iniciativa, contribuindo para nossos esforços para garantir investidores públicos e capital privado, bem como divulgar a mensagem para pessoas em todo o mundo sobre a importância vital das florestas tropicais para nossas vidas e economias”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, no anúncio.
“É uma oportunidade sem precedentes para finalmente garantir que a preservação das florestas tropicais seja mais valorizada do que sua destruição. Por meio do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, podemos mudar o futuro da conservação das florestas tropicais e fornecer financiamento de longo prazo para aqueles que as protegem”, acrescentou