O cinema brasileiro voltou a chamar atenção lá fora e com um tema que toca, direta ou indiretamente, nas tensões políticas que moldaram o país nos últimos anos. Precisamos Falar, novo longa de Pedro Waddington e Rebeca Diniz, ganhou destaque na imprensa internacional após a Variety classificá-lo como um thriller psicológico que escancara privilégios, violência juvenil e a deterioração do debate público em tempos de extremismos. Inspirado no best-seller O Jantar, de Herman Koch, e estrelado por Alexandre Nero e Marjorie Estiano, o filme acompanha pais confrontados com o crime brutal cometido pelos filhos adolescentes, responsáveis pela morte de uma mulher que dormia em um caixa eletrônico.
Para os críticos estrangeiros, a narrativa funciona como um retrato da conjuntura política recente do Brasil. “O tom do filme se presta a discussões éticas complexas, não apenas sobre o crime e suas consequências, mas também sobre a atual conjuntura política do Brasil. Embora faça alusão à polarização pós-Bolsonaro, o filme nunca aborda abertamente o ex-presidente e sua retórica de direita”, escreveu a Variety, ao destacar como as divisões do período seguem ecoando dentro das famílias.
O portal também descreve Precisamos Falar como uma trama que “parte de um crime chocante para narrar as diferentes reações dos pais envolvidos: um casal conservador de classe média e um casal de classe alta, que inclui um político candidato a governador”. Ainda não há previsão para o lançamento do longa no circuito comercial brasileiro.
