Muito além dos palcos, atores e cantores têm demonstrado disposição para falar da conversão à religião evangélica com certo fervor. Alguns pregam em igrejas, outros levam suas histórias pessoais para entrevistas de TV. Felipe Simas, 32 anos, tem administrado seu tempo entre as gravações de Dona de Mim e ministrar pregações em cultos evangélicos. Recentemente, o ator pregou na Comunidade Presbiteriana da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Apesar do choque de parte do público, Simas já comentou sobre sua fé anteriormente – o ator se converteu em 2015 e é o único dos três irmãos que segue o evangelismo.
De acordo com ele, a decisão de se tornar evangélico veio depois de passar por um momento de vícios. “Eu vinha de um passado carnal, de traição, cheio de vícios, como cigarro, bebida, maconha. A minha carne estava falando muito alto. Depois desse primeiro encontro, eu tentei continuar com as mesmas coisas que estava fazendo, mas percebi um nojo dentro de mim, que era um afastamento de tudo que me fazia mal”, desabafou.
Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade, a Baby do Brasil, 72 anos, ficou conhecida por ser cantora do Novos Baianos, que atuou entre 1969 a 1979, tendo feito shows pontuais a partir da década de 1990. Em 1999, se converteu ao evangelismo e, desde então, deu uma guinada nas apresentações e nas redes sociais. No Carnaval de 2024, Baby profetizou o fim do mundo no bloco comandado por Ivete Sangalo em Salvador, Bahia. “Todos atentos porque entramos em Apocalipse. O arrebatamento tem tudo para acontecer entre cinco e dez anos. Procure o Senhor enquanto é possível”, disse.
É comum escutar pregações fervorosas da cantora, que já fez um culto na D-Edge, balada de eletrônica no Rio de Janeiro. Pastora neopentecostal, Baby costuma a falar sobre sua conversão e como a devoção melhorou sua vida. “Eu fui levada no terceiro céu, que Paulo fala na Bíblia. E eu fui mostrada a Jesus, a Deus, ele é lindo. Eu entrei na barriga de Deus, voando, e ele falou para mim que eu estava sendo gerada de novo”, afirmou em uma entrevista.
Karina Bacchi, 48, é outra que, ao se tornar evangélica, começou a pregar a “palavra de Jesus”. A ex-atriz se batizou em 2022 e, na época, escreveu no Instagram sobre o momento: “Hoje, mais do que expressão da minha fé em palavras e atos, reafirmo minha decisão consciente de viver em comunhão com Deus, em um relacionamento profundo, crescente e eterno”. Karina também afirmou que decidiu deixar a profissão de atriz por ser contra sua religião, já que precisa interpretar cenas em que comete “pecados”, como atos sexuais e adultério. Até publicou um livro + Forte na Fé – Devocional (ed. Vida), que fala da importância de “Caminhar com Deus”.
Também evangélica, Mara Maravilha, 57, segue à risca a devoção. Deixou o programa do SBT Fofocalizando por acreditar que “fazer fofoca” vai contra os valores da religião. Tornou-se apresentadora na Rede Gospel e no seu canal no YouTube. “Eu não sabia o que era fofoca. Porque era criança, fui para o gospel, dei uma deslizada e fui parar na fofoca”, disse logo depois de sair do quadro do SBT. A cantora Joelma, 50, é outra que mostrou seu lado “crente” nos últimos anos. Em 2019, ela foi vista em um culto no Rio de Janeiro de madrugada, onde cantou músicas gospels no altar.
Durante uma entrevista ao programa da Marília Gabriela em 2014, Caio Castro, 36. rebateu as falas sobre colher os “frutos da fama, como mulheres e dinheiro”, e contou que veio de uma família evangélica e tem formação cristã. “Eu posso ter o que todo mundo pretende: dinheiro, fama, sucesso profissional e mulheres. E isso realmente te preenche de alguma forma. Mas se eu tiver Deus no meu coração, se eu tiver essa paz, eu não preciso ter nada disso”, afirmou, mostrando disposição para pregar até fora dos altares.
