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Familiares de general preso reclamam de abandono e pressionam cúpula do Exército

Familiares do general Mario Fernandes, preso sob a suspeita de ter elaborado um plano para assassinar autoridades, têm reclamado de abandono e pressionado a cúpula do Exército a fazer algum tipo de gesto ao militar.

O general foi preso em novembro de 2024 após ser encontrado com ele um documento, chamado Punhal Verde e Amarelo, que trazia um planejamento para “neutralizar” autoridades. Para a Procuradoria-Geral da República, o material definia o passo a passo de um plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, à época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin. A defesa nega e afirma que a minuta não passava de uma “análise de consequência e efeitos colaterais”.

Parentes de Fernandes reclamam que ele está preso de maneira preventiva há mais de sete meses e vive em uma “solitária” a maior parte do tempo – o oficial tem direito a banho de sol de duas horas por dia e há restrição de visitas. Recentemente, um dos familiares chegou a se reunir com membros do Comando Militar do Planalto, responsável pelo batalhão em que o general está preso, para cobrar por melhores condições.

Os familiares também esperavam algum movimento jurídico por parte da Força para questionar, por exemplo, a prisão preventiva prolongada. Nas conversas, eles ressaltam principalmente os serviços prestados pelo militar ao longo das mais de três décadas de farda e dizem que ele merecia mais consideração.

Exército rejeita qualquer apoio

Até aqui, porém, o pleito da família não tem encontrado guarida dentro do Exército. Há alguns motivos para isso. O primeiro é que todas as regras impostas a ele foram definidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que investiga uma tentativa de golpe, e a Força não pode descumprir as imposições. Por ainda não haver uma condenação, o general fica impedido de algumas medidas, entre as quais o direito ao trabalho ou à visita íntima.

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Outro ponto é que a gravidade do material encontrado com o militar, dizem generais, impede qualquer gesto em favor dele. Entre influentes nomes do Exército, a avaliação é a de que o documento é uma “aberração para qualquer pessoa lúcida” e que Fernandes já vinha há tempos atuando de maneira política, e não militar – o general trabalhou como assessor na Casa Civil e na Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro.

Ressalta-se ainda entre os militares que as condições impostas ao general Mario Fernandes são exatamente as mesmas a outros militares presos e que ele está sendo tratado “com toda a dignidade” numa cela do Exército.

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