Community Creators Academy, a primeira “faculdade” de influenciadores do Brasil, tem cursos de três ou seis meses de duração, sendo que os dois principais são para profissionais que desejam utilizar a internet para atrair mais clientes e o outro para criadores de conteúdo. No lugar das salas de aula convencionais, os espaços onde os estudantes aprendem são estúdios de fotografia ou vídeo.
Na Europa, em 2023, uma universidade da Irlanda já tinha criado um curso para essa “nova profissão”. No Brasil, a organização foi criada pelo grupo Ânima Educação (Anhembi Morumbi e São Judas) e Agência California. Ao todo, os investidores gastaram 40 milhões de reais para construir o local de 14 mil metros quadrados, com 200 estúdios e academia. O total da mensalidade dos cursos, com seis meses de duração, varia entre 25 a 35 mil reais. Como é uma instituição focada em quem ama gravar cada momento do dia, até os banheiros são decorados com ring lights, sofás coloridos e tripé.
O Creators+, focado para influenciadores digitais, tem os speakers, espécie de ‘professores’ dos alunos, outros criadores de conteúdo conhecidos são chamados para dar palestras – as dicas vão desde ensinar como se portar na internet e o que fazer para viralizar a como agir com críticas e o medo do cancelamento. Os estudantes ainda têm aulas de empreendedorismo, portfólio, performance de mercado e processos empresariais. Dentre os “professores” estão Manu Cit, Marcelo Serrado, Igor Coelho, dono do FlowPodcast, e outras personalidades da internet.
Já o curso para profissionais que querem construir conteúdo sobre a própria área, o Carreira+ é feito ao longo de apenas seis fins de semana, sábado e domingo entre 10h e 18h. Diferente da outra ‘formação’, o foco principal é fazer com que eles aprendam táticas de crescimento digital, como funciona esse meio, técnicas de posicionamento de luz e vídeo, além de produção de conteúdo para redes sociais, principalmente LinkedIn.
Para entrar na “faculdade”, há uma espécie de ‘vestibular’, um processo seletivo. O candidato envia uma carta contando o motivo de querer entrar, o que aprende com a carreira profissional e um pouco do conteúdo que deseja criar. Só depois de ser aprovado numa breve conversa, o estudante pode se matricular. A instituição é patrocinada por empresas como Ifood, Uber, YouTube, Spotify, entre outras. Todas de olho em novas apostas para seus engajamentos e likes. Esse tipo de curso, frisa-se, não tem qualquer reconhecimento pelo Ministério da Educação (MEC).