As vendas de carnes para os Estados Unidos não resistiram ao tarifaço do presidente Donald Trump, e vêm tendo quedas expressivas desde que o imposto de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros começou a valer, no início de agosto. Mas nem as fortes retrações recentes de um dos maiores compradores da carne brasileira conseguiram frear o crescimento robusto dessa indústria: as exportações de carne para o mundo todo cresceram 40% em outubro, renovaram mais uma vez seu recorde e, mesmo consideradas apenas as vendas para os Estados Unidos, estão ainda muito acima da média histórica.
As exportações da indústria brasileira de carnes para os Estados Unidos caíram 54% em outubro na comparação com outubro do ano passado, para 58 milhões de dólares. No acumulado de janeiro a outubro, contudo, as vendas somam 1 bilhão de dólares – 44% mais do que os 307 milhões de dólares embarcadas no mesmo período do ano passado. É mais, também, do que tudo que o Brasil vendeu em carnes para os Estados Unidos no ano passado inteiro: um total de 944 milhões de dólares.
As exportações totais de carnes do Brasil para o mundo inteiro somaram 1,8 bilhões de dólares, alta de 41% sobre o mesmo mês em 2024 e o maior valor já registrado, de acordo com os dados da balança comercial do país. Eles foram divulgados nesta quinta-feira, 6, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As carnes estão estre os produtos que o Brasil mais vende para os Estados Unidos, tanto quanto os Estados Unidos estão entre os maiores compradores da carne brasileira: no ano passado, eram o segundo principal destino do produto,com 8% de participação nos embarques totais, atrás apenas da China, que ficava com a metade. Esse quadro, porém, mudou rápido do tarifaço de agosto para cá: no mês passado, a participação dos EUA nas exportações brasileiras de carne murchou a 3,3%, foi ultrapassada pelo Chile (4%) e quase empata com o México (3,2%)e Filipinas (3,2%). A China ficou com 58% da carne brasileira em outubro.
