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Ex-PRF, generais e ex-assessores: quem ainda irá depor no caso do golpe

Na noite desta terça-feira, 10, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) terminou os interrogatórios do núcleo 1 do caso do golpe de estado. O ex-presidente Jair Bolsonaro, seu antigo candidato a vice, general Walter Braga Netto, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outras peças-chave da trama golpista deram as suas versões do caso e responderam às perguntas do ministro Alexandre de Moraes. Porém, o julgamento dos casos do golpe ainda está longe do fim.

Quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou as denúncias, dividiu os suspeitos em cinco núcleos (veja a lista completa ao final), que deram origem a cinco ações penais. Foram interrogados, até agora, apenas os réus da primeira, que seriam, de acordo com a acusação, os mentores principais da tentativa de golpe. No segundo núcleo — que seria dos que fizeram o trabalho “operacional” –, está o ex-assessor da Presidência da República Filipe Martins, que é suspeito de ter escrito a minuta do golpe de estado que Bolsonaro apresentou aos comandantes das Forças Armadas.

Além dele, estão no segundo núcleo o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, que é suspeito de ter coordenado uma ação para bloquear movimentações nas estradas no dia das eleições. Também há o general Mario Fernandes e o coronel Marcelo Costa Câmara, que foram assessores da Presidência sob Bolsonaro e, segundo a PGR, eram da ala mais radical a favor de um golpe de estado. Ainda não há data para a sessão da Primeira Turma que ouvirá os acusados do núcleo 2.

Como réus, eles têm o direito de falar a sua versão dos fatos no interrogatório, mas não têm obrigação de falar e muito menos de falar a verdade. Isso porque, segundo a Constituição brasileira, o acusado tem direito ao silêncio, porque ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. É diferente com as testemunhas, que prestam um juramento e não podem mentir, sob pena de responderem pelo crime de falso testemunho.

Núcleos de pressão e desinformação

No último dia 20, o Supremo aceitou a denúncia contra os acusados do núcleo 3, que é composto de pessoas que teriam feito pressão sobre os militares para que eles aderissem à trama supostamente arquitetada por Bolsonaro. Segundo a acusação, é desse grupo que veio, por exemplo, a carta direcionada ao Exército pressionando o general Freire Gomes a aderir ao golpe. Um dos principais nomes é Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, general de quatro estrelas que foi comandante de operações terrestres do Exército.

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Nos núcleos 4 e 5 estão, por fim, pessoas que, de acordo com a PGR, teriam trabalhado na disseminação de informações falsas que inflamaram a militância bolsonarista. No último grupo, está o youtuber e economista Paulo Figueiredo, neto do ditador militar João Baptista Figueiredo, que vive nos Estados Unidos e não foi sequer notificado ainda.

Veja a lista completa dos acusados de cada núcleo

1 Núcleo crucial 

  1. Jair Messias Bolsonaro
  2. Alexandre Rodrigues Ramagem
  3. Almir Garnier Santos 
  4. Anderson Gustavo Torres 
  5. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  6. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira  
  7. Walter Souza Braga Netto
  8. Mauro Cesar Barbosa Cid 

2 Núcleo secundário 

  1. Silvinei Vasques 
  2. Marília Ferreira de Alencar 
  3. Fernando de Sousa Oliveira
  4. Mario Fernandes
  5. Marcelo Costa Câmara
  6. Filipe Garcia Martins Pereira
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3 Núcleo das ações coercitivas

  1. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  2. Hélio Ferreira Lima
  3. Rafael Martins de Oliveira 
  4. Rodrigo Bezerra de Azevedo  
  5. Wladimir Matos Soares
  6. Bernardo Romão Correa Netto 
  7. Cleverson Ney Magalhães 
  8. Fabrício Moreira de Bastos 
  9. Márcio Nunes de Resende Júnior 
  10. Nilton Diniz Rodrigues
  11. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros  
  12. Ronald Ferreira de Araujo Junior

4 Núcleo das operações estratégicas de desinformação 

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros 
  2. Angelo Martins Denicoli 
  3. Reginaldo Vieira de Abreu 
  4. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha 
  5. Giancarlo Gomes Rodrigues 
  6. Marcelo Araújo Bormevet
  7. Guilherme Marques de Almeida

5 Núcleo das operações estratégicas de desinformação – parte 2

  1. Paulo Figueiredo
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