O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, protagonizou uma cena inusitada nesta quinta-feira, 1º de agosto. Preso por tentar impor a lei marcial para se manter no poder, ele deitou-se no chão de sua cela, vestindo apenas regata e cueca fornecidas pela prisão, numa tentativa de evitar um novo interrogatório marcado pelo Ministério Público.
A atitude, confirmada por autoridades, levou os promotores a suspenderem temporariamente o uso de força física “por motivos de segurança”. Segundo eles, na próxima convocação será inevitável recorrer à força.
A defesa de Yoon acusou os promotores de transformar o caso em um espetáculo de humilhação. “Que tipo de instituição legal, em um país civilizado, relata em tempo real à imprensa o que um detento está vestindo? Especialmente em uma cela apertada, com temperatura próxima a 40 °C”, criticou o advogado Yoo Jeong-hwa.
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Desde que foi afastado do cargo em dezembro de 2024 e teve o impeachment confirmado em abril pela Corte Constitucional, Yoon vem ignorando sucessivas intimações e se recusa a cooperar com os investigadores. Sua equipe de defesa afirma que o ex-presidente sofre de condições que “representam desafios significativos para a manutenção de sua saúde”, o que estaria dificultando sua cooperação total com a investigação.
De volta à solitária no Centro de Detenção de Seul após nova ordem judicial, ele enfrenta cinco acusações principais — incluindo falsificação de documentos, obstrução de justiça e tentativa de usar o Exército para impedir sua prisão. A Promotoria alega que há risco concreto de destruição de provas.