“É o aviso mais ‘Wimbledon’ que você já ouviu”. Assim descreveu a narradora de Wimbledon um pedido de silêncio inusitado feito pelo árbitro de cadeira. A americana Amanda Anisimova estava prestes a sacar na quadra 1 do complexo do All England Club, quando se escuta o estourar de uma rolha de champanhe. A tenista para o seu movimento de serviço e em seguida o juiz da partida anuncia no microfone: “Obrigado, senhoras e senhores. Se puderem evitar abrir garrafas de champanhe quando os jogadores estiverem prestes a sacar.”
O som da garrafa quebrou o tradicional silêncio exigido nas partidas de tênis quando a bolinha está em jogo. Os ingleses são notoriamente ainda mais exigentes por terem o mais antigo do quatro Grand Slams e prezam por tradições do torneio. O público do Major britânico não hesita em gritar um “shhh” quando alguém se empolga na arquibancada antes do fim do ponto. Dentro de quadra, os atletas só podem vestir roupas brancas, enquanto os fãs só podem deixar seus assentos durante os intervalos do jogo.
A tradição inglesa é tanta que não podia faltar a presença real. Com a primeira aparição de um membro da realeza em 1907 nas arquibancadas do torneio, príncipes, princesas, duques e inclusive a rainha Elizabeth II se revezaram no patronato do torneio, entrega de troféus e estiveram presentes no Royal Box, setor exclusivo para a realeza e seus convidados. Desde 2016, o cargo de patrona de Wimbledon é da princesa de Gales Kate Middleton, declarada fã do esporte que chegou a treinar com o oito vezes campeão do Grand Slam na grama, Roger Federer. No último ano, a aparição da princesa para entregar o troféu ao vencedor Carlos Alcaraz foi marcante por ter anunciado poucos meses antes seu diagnóstico de câncer.