Os futuros das bolsas americanas começam a quarta-feira em alta, na expectativa de que os deputados dos Estados Unidos aprovarão hoje o fim do mais longo shutdown do país. A medida deve destravar o Orçamento dos EUA e devolver ao mercado acesso a indicadores econômicos importantes, como o payroll, que mede o desemprego oficial.
A inflação americana foi divulgada neste período, e mostrou preços acumulados de 3%. É acima da meta de 2% perseguida pelo Fed, mas não chega a ser assustadora. Acontece que há uma combinação amarga fermentando na economia americana: as tarifas de Trump têm pressionado o custo de vida, especialmente dos mais pobres, então o mercado de trabalho enfraquece.
Na véspera, os dados do relatório privado ADP mostraram um fechamento de vagas de trabalho no final de outubro, ampliando a tese da desaceleração da economia. Do lado da inflação, Trump anunciou na terça que pode reduzir as alíquotas sobre o café, isso após o aumento de preços no mercado doméstico, num claro sinal de reação à insatisfação. O presidente americano também planeja transferências de renda para compensar o impacto das tarifas que ele mesmo criou.
Ainda que o cenário mostre disfunção da economia e da política americana, as bolsas retomam a trajetória de alta sob a expectativa de que os dados fomentarão novos cortes de juros pelo Fed.
E o início da queda da Selic, agora previsto para janeiro, também é um dos motivos que leva o Ibovespa para uma sequência de máximas históricas. Já a entrada de investidores estrangeiros no mercado derruba o dólar para o menor patamar desde junho de 2024. Nesta quarta, o EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, avança e indica que há espaço para mais um recorde de fechamento. Bons negócios.
