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EUA lançam alerta severo após Israel avançar com projeto para anexar Cisjordânia

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, lançou um alerta a Israel na quarta-feira 22 contra a anexação da Cisjordânia, depois que o Knesset, parlamento israelense, deu sinal verde a uma lei que estenderia a soberania do país no território palestino ocupado. O chefe da diplomacia americana afirmou que tais medidas, bem como o aumento da violência de colonos judeus contra palestinos na região, representam uma “ameaça à paz” e são “contraproducentes” em meio às discussões sobre um acordo para encerrar a guerra em Gaza de forma permanente.

O projeto de lei que ganhou aprovação preliminar no Knesset veria a legislação israelense aplicada à Cisjordânia, medida equivalente à anexação de terras que seriam destinadas a um futuro Estado palestino. Hoje, cerca de 700 mil colonos israelenses vivem em pelo menos 250 assentamentos e postos avançados na área.

Linha vermelha

A diplomacia americana teme que a medida mine o acordo de paz avançado pelo presidente Donald Trump e acatado por Israel e Hamas, que impôs um cessar-fogo em Gaza e visa encerrar a ofensiva israelense no enclave palestino — outro território que seria parte de uma nação soberana para esse povo.

(Projetos como esse são) potencialmente ameaçadores para o acordo de paz”, disse Rubio à imprensa. “Eles (Israel) são uma democracia, têm seus votos e as pessoas assumem suas posições. Mas, neste momento, é algo que nós achamos que pode ser contraproducente.”

Embora o projeto ainda precise de várias rodadas de aprovação para se tornar lei, sua aprovação preliminar constrangeu o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Embora ele tenha repetidamente se mostrado a favor de medidas que levam à ocupação de territórios palestinos, o líder israelense havia instado os parlamentares a adiarem a votação durante a visita do vice-presidente americano, J.D. Vance, que viajou a Israel numa ofensiva diplomática para reforçar o frágil cessar-fogo.

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Washington tem afirmado repetidamente que qualquer anexação da Cisjordânia cruzaria uma “linha vermelha”.

“Não permitirei que Israel anexe a Cisjordânia”, disse Trump a repórteres na Casa Branca em setembro. “Isso não vai acontecer.”

“Acho que o presidente deixou claro que não podemos apoiar isso agora”, disse Rubio sobre a anexação, ao embarcar no avião também rumo a Israel.

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Desafio a Bibi

Netanyahu, que além de demandar que a votação fosse adiada havia instado os membros de seu partido, o Likud, a se absterem, foi desafiado no Knesset. Avi Maoz, membro do partido de extrema direita Noam, declarou: “Chegou a hora de aplicar a soberania”, insistindo que os israelenses tinham o dever de se estabelecer lá, fazendo referência à Israel Bíblica.

Alguns membros do governo Trump já haviam estendido apoio a Israel em relação à anexação da Cisjordânia. Mas o clima mudou, uma vez que vários Estados árabes e islâmicos – cujo apoio Washington busca para ajudar a financiar e fornecer efetivo militar para uma força de estabilização pós-guerra em Gaza – expressaram forte oposição a qualquer movimento para expandir a ocupação de territórios palestinos.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967, quando a área foi capturada da Jordânia na Guerra dos Seis Dias. Desde então, sucessivos governos israelenses têm tentado consolidar o controle permanente sobre o território, declarando porções dele como “terras estatais”, o que impede o exercício da propriedade privada por palestinos.

Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que massacrou 1.200 israelenses e desencadeou a ofensiva em Gaza, o governo de extrema direita do país — o mais radical de sua história — acelerou os esforços para anexar a Cisjordânia, aprovando dezenas de novos assentamentos nos territórios palestinos ocupados em uma expansão sem precedentes.

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