O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, anunciou recentemente que apresentará ao presidente Donald Trump “três ou quatro” candidatos para a presidência do Federal Reserve (Fed) em dezembro, logo após o feriado de Ação de Graças. A decisão ocorre em razão do fim do mandato de Jerome Powell, que se encerra em maio de 2026, abrindo espaço para uma escolha que pode redefinir a condução da política monetária americana.
Segundo Bessent, a lista de potenciais sucessores já foi reduzida a cinco nomes: o diretor do Fed Christopher Waller, o diretor do Conselho Econômico Nacional Kevin Hassett, o ex-diretor do Fed Kevin Warsh, a vice-diretora de supervisão Michelle Bowman e o próprio Bessent.
O perfil exigido, segundo Bessent, é claro: “gestão forte e ser um ícone da política monetária”.
Trump tem criticado repetidamente a gestão de Powell, principalmente devido aos juros altos, pressionando por cortes e chegando a insinuar irregularidades fiscais em uma reforma em execução na sede do Fed. O clima entre o republicano e o presidente do banco central tem sido tenso, levantando dúvidas sobre a independência da instituição. Por isso, a escolha do próximo dirigente aumenta ainda mais o temor de interferência política na política monetária americana.
Enquanto isso, a inflação nos Estados Unidos continua elevada para os padrões históricos do país. Na última reunião, o Fed reduziu os juros pela primeira vez desde dezembro do ano passado. A ata da reunião, divulgada na segunda-feira, no entanto, manteve o mercado em suspense, deixando em aberto a possibilidade de novos cortes nas próximas reuniões, embora expectativas por flexibilizações adicionais permaneçam altas.
QUEM SÃO OS CANDIDATOS
Christopher Waller: atual diretor do Fed, é visto como um tecnocrata conservador, com postura pró-mercado e tendência a favorecer políticas de juros mais rígidas.
Kevin Hassett: economista e ex-chefe do Conselho Econômico Nacional, associado a políticas fiscais pró-empresariais e alinhado historicamente com agendas republicanas.
Kevin Warsh: ex-diretor do Fed, conhecido por sua abordagem ortodoxa e apoio à independência do banco central, mas com afinidade política conservadora.
Michelle Bowman: vice-diretora de supervisão do Fed, considerada moderada, com foco em estabilidade financeira e supervisão prudencial, mas com simpatia pelo governo republicano.
Scott Bessent: secretário do Tesouro, sua eventual nomeação seria vista como uma escolha política mais direta, trazendo forte ligação com a Casa Branca.
