O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite de quarta-feira 30 que fechou um acordo comercial com a Coreia do Sul, que reduziu de 25% para 15% as tarifas que seu país cobrará da nação asiática. O pacto foi anunciado logo após o líder republicano se reunir com autoridades coreanas na Casa Branca, o mais recente de uma série de comunicados antes do prazo final para o tarifaço (1º de agosto) que afetará produtos importados por Washington ao redor do mundo.
“Tenho o prazer de anunciar que os Estados Unidos da América concordaram com um Acordo Comercial Pleno e Completo com a República da Coreia”, disse Trump em sua rede social, a Truth Social. O presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, visitará a Casa Branca “nas próximas duas semanas”, acrescentou ele, depois de uma visita dos ministros das Finanças, Koo Yun-cheol, da Indústria, Kim Jung-kwan, e do Comércio, Yeo Han-koo, a Washington.
Os termos
Lee afirmou nesta quinta-feira, 31, que o acordo colocaria a Coreia do Sul em pé de igualdade ou até mesmo em melhor situação em comparação com outros países. A nação exportadora de chips de computador, carros e aço também criará um fundo de investimentos conjunto com os Estados Unidos de US$ 350 bilhões (R$ 1,95 trilhões), dos quais US$ 150 bilhões (R$ 836,5 bilhões) seriam destinados a uma parceria na construção naval.
Em um comunicado publicado no Facebook, Lee chamou o acordo de “o primeiro grande desafio comercial” desde que seu governo assumiu o poder em junho. “E nós superamos um grande obstáculo”, vangloriou-se.
“Por meio deste acordo, o governo eliminou a incerteza em torno das condições de exportação e garantiu que as tarifas americanas sobre nossas exportações sejam menores ou iguais às impostas aos nossos principais concorrentes comerciais”, acrescentou Lee.
A alíquota de 15% é equivalente às taxas determinadas pelos acordos comerciais entre Estados Unidos e o Japão e a União Europeia.
Segundo comunicado do gabinete presidencial sul-coreano, Washington vai reduzir de 25% para 15% as tarifas sobre automóveis fabricados na Coreia do Sul. O texto afirmou que as alíquotas sobre chips de computador e produtos farmacêuticos são equivalentes às de outros países, e que os mercados de arroz e carne bovina sul-coreanos não estariam abertos.
Em contrapartida, Trump havia dito que a Coreia do Sul investiria US$ 350 bilhões em projetos americanos selecionados por ele e compraria US$ 100 bilhões (R$ 557,7 bilhões) em gás natural liquefeito e outros produtos energéticos. Não ficou claro como os aportes seriam estruturados, ou em qual prazo. O presidente dos Estados Unidos afirmou ainda que Seul vai importar produtos americanos – incluindo carros, caminhões e produtos agrícolas – sem taxas.
Pressão
A pressão sobre a Coreia do Sul vinha aumentando desde que o Japão fechou um acordo para reduzir as tarifas dos Estados Unidos para 15% no início deste mês.
Em meio a esforços de última hora por parte de autoridades do governo para chegar a um acordo tarifário, a sul-coreana Samsung Electronics fechou um acordo de US$ 16,5 bilhões (R$ 92 bilhões) para a compra de chips pela Tesla, montadora americana de carros elétricos, timoneada por Elon Musk. A fabricante sul-coreana de baterias LG Energy Solution também assinou um acordo de US$ 4,3 bilhões (quase R$ 24 bilhões) para fornecer à Tesla baterias para sistemas de armazenamento de energia, segundo a agência de notícias Reuters.
Em contraste com a tarifa de 15% para a Coreia do Sul, Trump também impôs na quarta-feira tarifas de 25% sobre as importações da Índia e de 50% sobre as do Brasil.