Os Estados Unidos afirmaram nesta sexta-feira, 24, que vão despachar o destróier com mísseis guiados USS Gravely para Trindade e Tobago e se unir à nação caribenha para exercícios militares conjuntos perto da costa da Venezuela. O movimento ocorre em meio a tensões com o regime de Nicolás Maduro, depois do presidente Donald Trump anunciar que haverá “operações terrestres” em breve contra cartéis na região.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da nação insular, o navio de guerra americano “realizará treinamentos conjuntos com a Força de Defesa de Trinidad e Tobago” e partirá na próxima quinta-feira, 30.
“A presença das forças militares americanas em Trindade e Tobago coloca em evidência o compromisso dos EUA com a segurança regional e a cooperação no Caribe”, afirmou a pasta em comunicado. “Esses esforços fortalecem a interoperabilidade, reforçam a cooperação de defesa de longo prazo e melhoram a prontidão operacional entre as forças parceiras.”
Desde agosto, os Estados Unidos realizaram nove bombardeios contra o que dizem ser embarcações do narcotráfico em águas internacionais próximo à costa venezuelana e, mais recentemente, perto da Colômbia. Ao menos 37 pessoas morreram nas ofensivas, segundo dados oficiais, incluindo equatorianos, colombianos e dois possíveis cidadãos de Trinidade e Tobago.
Alguns líderes da América Latina e a maioria dos especialistas jurídicos denunciaram as medidas como ilegais. O direito internacional não permite ataques contra indivíduos que não representem perigo iminente a não ser que se tratem de combatentes inimigos em um contexto de conflito armado — do contrário, seria apenas assassinato.
A Casa Branca sustenta que os Estados Unidos estão “em guerra” contra cartéis, que taxaram de organizações terroristas. Enquanto isso, Trinidade e Tobago tem se mantido fiel a Washington. A primeira-ministra da nação caribenha, Kamla Persad-Bissessar, já expressou seu apoio às operações, e evitou perguntas de jornalistas sobre os bombardeios que mataram seus conterrâneos.