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‘Eu sei o quão sujo Donald é’: o que Epstein disse sobre Trump em e-mails

Um novo lote de 20 mil documentos sobre o caso Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes que cometeu suicídio na prisão em 2019, foi tornado público nesta quarta-feira, 13, pela Comissão de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos e trouxe revelações incômodas para o presidente Donald Trump. A divulgação voltou a chacoalhar a base política do líder americano, a Make America Great Again (MAGA, na sigla em inglês), dividida por suspeitas desde o início do ano de que Trump fazia parte do esquema sexual.

As trocas de e-mails sugerem que o republicano não só sabia dos crimes cometidos por Epstein como passou “horas” com uma das vítimas — na edição publicada pelos democratas, o nome dela não aparece, mas outra versão do lote mostra que seria Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras do financista, que morreu por suicídio em abril deste ano. Poucas horas após a movimentação democrata, republicanos da Câmara dos EUA publicaram um grande volume de documentos numa tentativa de refutar o envolvimento de Trump nos crimes.

Os congressistas acusaram, ainda, o partido rival de tentar “criar uma narrativa falsa para difamar o presidente Trump”. Por sua vez, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, alegou que os e-mails foram “vazados seletivamente” pelos democratas para “a mídia liberal, a fim de criar uma narrativa falsa para difamar o presidente Trump”, acrescentando: “O fato é que o presidente Trump expulsou Jeffrey Epstein de seu clube décadas atrás por ele ser um assediador de suas funcionárias, incluindo Giuffre”.

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Conversa com cúmplice

Entre os e-mais, está uma conversa entre Esptein e sua cúmplice, Ghislaine Maxwell, que foi condenada à prisão por tráfico sexual após a morte do financista, datada de 2011. Na correspondência digital, ele escreveu: “Quero que você perceba que aquele cachorro que não latiu é Trump… (Nome da vítima, que foi censurado) passou horas na minha casa com ele”. O bilionário continuou, e afirmou que o republicano “nunca foi mencionado”, inclusive por um “chefe de polícia”.

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Maxwell respondeu: “Tenho pensado nisso…”. Questionado sobre o motivo pelo qual o nome foi inicialmente omitido, o deputado Robert Garcia – principal democrata na Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes dos EUA – disse que o partido jamais divulgará os nomes das vítimas, em conformidade com os desejos das famílias.

Em comunicado, a Casa Branca disse que Giuffre “afirmou repetidamente que o presidente Trump não estava envolvido em nenhuma irregularidade e que ‘não poderia ter sido mais amigável’ com ela nas poucas interações que tiveram”. Em depoimento prestado em 2016, Giuffre afirmou nunca presenciou Trump em qualquer abuso. Sua obra póstuma, Nobody’s Girl: A Memoir of Surviving Abuse and Fighting for Justice, lançada em outubro, não acusa o presidente dos EUA de irregularidades.

Para além de Mazwell, em 23 de agosto de 2018, Epstein escreveu à advogada Kathryn Ruemmler, ex-conselheira da Casa Branca no governo de Barack Obama: “Eu sei o quão sujo Donald é”, em referência a possíveis escândalos envolvendo Trump. O e-mail também estava no lote.

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‘Você deveria deixá-lo se enforcar’

Os outros dois e-mails foram enviados para o escritor Michael Wolff. Na troca de mensagens, Epstein abordou a amizade com Trump, em campanha presidencial na época. Em 2015, Wolff avisou ao financista de que a emissora americana CNN planejava perguntar da relação do republicano com o bilionário, “seja ao vivo ou numa conferência de imprensa posterior”.

Em resposta, Epstein escreveu: “Se pudéssemos elaborar uma resposta para ele, qual você acha que deveria ser?”. Wolff, então, deu conselhos ao amigo: “Acho que você deveria deixá-lo se enforcar. Se ele disser que não esteve no avião ou na casa, isso lhe dará uma valiosa imagem pública e moeda política. Você pode enforcá-lo de uma forma que potencialmente lhe traga um benefício positivo ou, se realmente parecer que ele pode vencer, você pode salvá-lo, gerando uma dívida”, disse.

“É claro que é possível que, quando questionado, ele diga que Jeffrey é um cara ótimo, que foi injustiçado e que é vítima do politicamente correto, algo que deveria ser proibido em um governo Trump”, acrescentou o autor.

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Em outro correio eletrônico, de outubro de 2016, Wolff sugeriu que Epstein concedesse uma entrevista para “acabar” com Trump, perguntando: “Há uma oportunidade de você se apresentar esta semana e falar sobre Trump de uma forma que possa lhe render muita simpatia e ajudar a acabar com ele. Interessado?”.

Mais tarde, em janeiro de 2029, já durante o primeiro mandato de Trump, Epstein disse a Wolff: “Trump disse que me pediu para renunciar”, em referência à sua filiação ao clube Mar-a-Lago, do presidente dos EUA, acrescentando que “nunca foi membro”. Ele também afirmou que “é claro que ele sabia das meninas, pois pediu a Ghislaine que parasse”. Em resposta à divulgação, em um vídeo que postou no Instagram, Wolff disse que “já faz muito tempo que tento falar sobre essa história”.

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