O Ministério da Saúde da Etiópia confirmou o primeiro surto causado pela doença do vírus de Marburg, infecção que tem características semelhantes ao Ebola, com três mortes confirmadas em laboratório. Outros três óbitos que ocorreram após sintomas da doença foram relatados. Ao todo, foram 17 notificações da infecção que tem taxa de letalidade de até 88%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em declaração à imprensa nesta segunda-feira, 17, a ministra da Saúde Mekdes Daba informou que os casos ocorreram na cidade de Jinka, no sul do país, e que 129 pessoas que tiveram contato com os episódios suspeitos estão em quarentena para acompanhamento. Segundo ela, o governo aumentou a capacidade de análise, inclusive com o envio de um laboratório móvel para a cidade afetada pelo vírus.
“Estamos trabalhando intensamente para controlar o surto e proteger nossa comunidade”, declarou.
O escritório da OMS no continente africano informou que a entidade atua para conter a disseminação do vírus e encerrar o surto em andamento. “Uma equipe de profissionais com experiência em resposta a surtos de febre hemorrágica viral foi mobilizada, juntamente com suprimentos e equipamentos médicos”, informou.
Testes de análise genética realizados pelo Instituto de Saúde Pública da Etiópia apontaram que a cepa em circulação é a mesma que foi relatada em surtos anteriores em outros países da África Oriental, de acordo com o escritório, que informou ainda que o continente já registrou episódios da doença em Angola, República Democrática do Congo, Gana, Quênia, Guiné Equatorial, Ruanda, África do Sul, Tanzânia e Uganda.
A doença do vírus de Marburg
Infecção grave e que pode levar à morte, a doença do vírus de Marburg é transmitida por morcegos que se alimentam de frutas, mas pode passar de pessoa para pessoa por meio de fluidos corporais, como sangue e secreções, e materiais contaminados, incluindo roupas de cama. Apesar de ser causada por um tipo diferente de vírus, o Marburg tem características semelhantes ao Ebola, por isso, a alcunha de “primo do Ebola”.
O período de incubação do vírus é de dois a 21 dias e os sintomas, de início abrupto, são: febre alta, dor de cabeça intensa, mal-estar, dores musculares, cólicas, diarreia aquosa, vômito e erupções na pele. Após cinco dias, os pacientes começam a apresentar sangramentos fortes no nariz, gengiva, vômito e fezes. A morte ocorre, normalmente, depois de oito a nove dias da manifestação da doença por episódios de hemorragia.
Embora não existam vacinas ou tratamentos, o rápido atendimento pode evitar o agravamento da doença. “O acesso precoce a tratamento e cuidados de suporte – reidratação com fluidos orais ou intravenosos – e o tratamento de sintomas específicos melhoram a sobrevida”, explica o escritório da OMS na África.
