O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (18) que está à disposição do Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre o processo que levou à liquidação extrajudicial do Banco Master. Segundo ele, a condução do caso seguiu rigorosamente os protocolos técnicos e legais, com documentação completa das decisões tomadas.
“Pela experiência de outros episódios semelhantes, esse é um processo que precisa estar absolutamente fechado, com um gabarito completo, para que se sustente ao longo do tempo. Como presidente do Banco Central, estou à disposição do Supremo para fornecer todos os dados. Já dialogamos com o Ministério Público e com a Polícia Federal, e apresentamos todo o material: cada ação realizada, cada decisão tomada, todas as trocas de mensagens e as respectivas respostas”, afirmou Galípolo durante entrevista coletiva.
O chefe da autoridade monetária reforçou que o Banco Central atuou de forma preventiva e transparente, com foco na preservação da estabilidade do sistema financeiro nacional e na proteção de depositantes e investidores. A liquidação do Banco Master foi decretada no mês passado, após o avanço de investigações conduzidas pela Polícia Federal, que apuravam irregularidades na emissão de títulos e suspeitas relacionadas à gestão da instituição.
Relembre o caso do Banco Master
O caso do Banco Master chegou ao Supremo Tribunal Federal após decisão do ministro Dias Toffoli, que determinou que a investigação fosse transferida para a Corte em razão da citação de um deputado federal no inquérito. A apuração envolve o banqueiro Daniel Vorcaro e suspeitas relacionadas à emissão irregular de títulos de crédito.
A investigação avançou após a Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal, que apura possíveis fraudes que podem alcançar cifras bilionárias. Vorcaro chegou a ser preso no aeroporto de Guarulhos, no momento em que tentava embarcar para o exterior, mas posteriormente foi solto por decisão judicial e responde ao processo em liberdade, sob medidas cautelares. O caso tramita sob segredo de Justiça no STF.