Os Estados Unidos lideram o ranking dos países que mais contratam programadores brasileiros, segundo um levantamento da TechFX, plataforma de câmbio especializada em profissionais brasileiros que prestam serviços a empresas estrangeiras. A pesquisa entrevistou 1 428 desenvolvedores que utilizam a TechFX e constatou que 85% deles – o equivalente a 1 220 profissionais – trabalham para empresas americanas com salários que chegam a 110 000 dólares por ano, ou cerca de 590 000 reais pelo câmbio atual.
Outros países também buscam desenvolvedores do país, mas com uma demanda bem menor que a americana. Canadá, Austrália e Reino Unido aparecem em seguida. Cada país responde por 1,85% das contratações – cerca de 26 pessoas. Argentina (1,55% das contratações), Portugal (1,16%), México (1%) e Alemanha (0,62%) também foram destacados pelo levantamento.
Os salários ofertados também são menores que os americanos. No Canadá, gira ao redor de 62 000 dólares por ano. No Reino Unido, é de aproximadamente 55 000 dólares.
Para Eduardo Garay, executivo-chefe da TechFX, os programadores brasileiros se diferenciam no mercado internacional ao aliar a competência técnica com a criatividade. Com cerca de 630 000 profissionais em atividade, o Brasil detém o quinto maior contingente de desenvolvedores do mundo. Embora grande, o número é insuficiente para atender à demanda das empresas, que estimam haver um déficit de 500 000 programadores no país. É nesse contexto que a disputa pela escassa mão de obra brasileira se acirra, já que as companhias estrangeiras tendem a oferecer remunerações bem superiores às rivais verde-amarelas.
“As companhias internacionais também costumam oferecer salários até quatro vezes maiores do que os praticados no Brasil, o que torna essas vagas ainda mais atrativas”, diz. Uma pesquisa elabora pela TechFX no fim do ano passado, com 1 611 programadores brasileiros, constatou que 73% deles consideram atuar no exterior.
O desejo dos brasileiros de ter um crachá internacional é correspondido pelas empresas estrangeiras. Segundo a TechFX, a contratação de desenvolvedores locais pelos gringos cresce a uma taxa média anual de 40%. Alguns mercados, contudo, seguem fechados à atuação de estrangeiros. O principal é a China, que reúne atualmente o maior contingente de programadores do mundo: 3,9 milhões de indivíduos. Estima-se que o mercado chinês de software movimente 2 trilhões de dólares por ano. Nos últimos tempos, a China se destaca em fronteiras da tecnologia como a inteligência artificial.