O Espírito Santo ocupa a segunda posição entre as 27 unidades da federação com maior percentual de produtos exportados para os Estados Unidos, que desde o início de agosto cobram tarifas de 50% sobre a importação de uma série de produtos brasileiros.
No entanto, para o Itaú BBA, a composição da pauta de exportações capixaba confere “alguma resiliência” ao impacto das punições comerciais, uma vez que ela é composta, em sua maioria, por itens como ferro e aço, minérios e café – commodities com mais facilidade de comercialização para mercados alternativos ou, até, de triangulação.
Das exportações totais do estado do Sudeste desde o início do ano, 29% foram para território americano. Dentro da fatia vendida aos EUA, 44% estão, no momento, sujeitas a uma tarifa total de 50% ou a tarifas setoriais.
Com peso acima da média nacional nas indústrias extrativas, o Espírito Santo tende a sentir a desaceleração econômica que está em curso de forma menos intensa do que estados expostos a setores mais cíclicos, como a indústria de transformação, avalia o banco de investimentos.
Ainda de acordo com essa análise, o Espírito Santo também se beneficia da composição de sua agricultura, com cerca de três quartos da área plantada do estado dedicada ao café, que conta com cenário global favorável, tanto por questões de oferta quanto de demanda.
Os fundamentos são positivos para que o desempenho econômico capixaba supere o do restante do país ao longo deste ciclo, afirma o Itaú BBA.
“Após anos de sobreaquecimento, a economia brasileira está em desaceleração. Esse movimento, consequência do nível elevado de juros, afeta os setores de forma assimétrica. Indústria de transformação, comércio e serviços perdem tração, enquanto agro e indústria extrativa demonstram maior resiliência”, diz Pedro Renault, economista do Itaú Unibanco.