counter Era da leveza: ideais estéticos pedem intervenções para parecer descansado – Forsething

Era da leveza: ideais estéticos pedem intervenções para parecer descansado

Não faz muito tempo, o preenchimento facial era o símbolo da juventude eterna, prometendo devolver contornos e reposicionar tecidos. Mas o excesso gerou resultados antinaturais e, com a reabsorção do ácido hialurônico, os sinais de envelhecimento ficavam mais evidentes.

Surgiu um movimento contrário: dissolver preenchedores e apagar exageros. A chamada “era do vazio” culminou na estética atual, caracterizada pela leveza nos traços. Na “era da leveza”, as pessoas querem aproveitar a vida viajando, curtindo hobbies, lidando melhor com as emoções. E isso reflete na estética.

Agora, o objetivo não é mais aumentar ou esvaziar, é buscar harmonia e expressão, respeitando o tempo. A beleza contemporânea não quer negar a idade, mas traduzir o bem-estar. O novo ideal é um rosto descansado, com vitalidade, sem sinais de interferência.

Essa mudança reflete não apenas uma evolução técnica, mas também cultural. Se antes o desejo era a transformação rápida, agora o foco é a preservação da identidade com planejamento. As pessoas querem continuar se reconhecendo no espelho. O ideal de beleza deixou de ser o rosto liso e inexpressivo e passou a ser o rosto com textura, emoção e naturalidade. A sofisticação está em parecer bem.

O conceito de leveza se manifesta na forma de planejar os tratamentos e nas tecnologias empregadas. Os protocolos de rejuvenescimento privilegiam a estimulação biológica e o reposicionamento sutil dos tecidos, em vez de apenas adicionar volume. Hoje, falamos em bioestimulação, energia controlada, regeneração da pele. E a tecnologia permite alcançar resultados duradouros e delicados, que respeitam a individualidade.

Continua após a publicidade

Nas cirurgias, técnicas como o Deep Plane Facelift permitem tratar sinais de envelhecimento com sutileza, preservando a expressividade. Se for necessário, o preenchimento pode ser feito com gordura, por meio da lipoenxertia, que traz resultados mais naturais. Com isso, conseguimos volumes bem distribuídos, contornos suaves e naturalidade.

A era da leveza também dialoga com a busca por autenticidade. O rosto ideal não é mais o da vizinha ou o de uma celebridade, mas aquele que traduz a melhor versão de si mesmo. Há um desejo de coerência entre a aparência e a personalidade. O paciente quer que sua imagem conte sua história de forma bonita, sem artifícios visíveis.

Esse novo olhar também ressignifica a relação com o envelhecimento. Fizemos as pazes e ele não é mais o inimigo. Buscamos qualidade no envelhecer, com uma pele saudável e expressões preservadas. O rosto que mostra maturidade, não cansaço, é símbolo de equilíbrio.

Continua após a publicidade

Nesse contexto, o cirurgião plástico deixa de ser apenas um executor técnico e passa a ser um curador da identidade facial. O futuro da cirurgia plástica está na sutileza: saber o que não fazer e escolher onde intervir. É o que diferencia um resultado harmônico de um rosto artificial.

*Wellerson Mattioli é cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), membro da Brazilian Association Plastic Surgeons (BAPS) e diretor da Clínica Moderna Sculpt

Compartilhe essa matéria via:

Publicidade

About admin