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Entenda a polêmica de Neymar sobre o gramado sintético

O Santos até chegou a começar as tratativas com o Allienz Parque para usar o campo durante o campeonato, mas teve de recuar nas negociações. O motivo: Neymar disse que é “impossível” jogar lá, devido ao gramado sintético. O atleta chegou a chamar o estádio do Palmeiras de society, modalidade praticado em espaço reduzido, com regras diferentes do futebol. Para o atleta, este tipo de campo absorve menos o impacto e aumenta a chances de lesões. No caso dele a questão tem ainda maior peso, devido ao processo de recuperação longo que enfrenta nos últimos meses, apesar dos bons resultados dos últimos jogos. Como o Alvinegro não quer atritos com seu principal atleta, descartou a possibilidade também de usar o Pacaembu, pela mesma razão.

Alguns jogadores avaliam que o campo sintético é mais duro que o revestido com grama natural, e, por isso, sobrecarrega mais o joelho, que é a articulação mais usada no alto impacto. Sabe-se que o tipo de piso interfere muito no rendimento de qualquer atleta. Por exemplo, correr em uma esteira protege mais as articulações do que fazer a mesma atividade no asfalto. O piso da máquina absorve boa parte do impacto, mas produz menor ativação muscular estabilizadora. A natureza do gramado também tem vantagens e desvantagens.

Veja escutou dois especialistas sobre o tema. Abaixo as análises de cada um:

  • Flávia Guimarães, médica que atua há mais de 20 anos no futebol

“As lesões estão muito mais condicionadas ao fato do atleta estar habituado ou não a este tipo de gramado. Clubes que já adotam o sintético em seus estádios, como Palmeiras e Botafogo, têm jogadores muito mais acostumados. Além disso, as condições físicas do atleta também têm grande influência sobre os riscos de lesão. Quanto mais preparado ele estiver para exercer seu trabalho, menos chances terá de se lesionar, por isso, é fundamental dormir e se alimentar bem, verificar a preparação e a parte emocional, entre outras questões. A não padronização dos campos no país é outro fator que pode interferir na performance do atleta”. Segundo a especialistas, de fato atletas queixam-se que o jogo na grama artificial é mais rápido e muitos não possuem este gramado nos treinamentos. Em termos biomecânicos, o torque e a tensão gerados em superfícies artificiais podem ser maiores que nas gramas naturais. “Mas percebemos que os atletas que reclamam possuem dores prévias de tendinites.” Outra situação comprovada cientificamente, é o calor produzido pela na grama sintética, em dias mais quentes, em função da borracha. “Além do alto custo para a manutenção, o gramado (natural) dos sonhos, que vemos na disputa de campeonatos internacionais, não é o mesmo que estão na maioria dos torneios, em especial os Estaduais. Eles não entregam uma uniformidade para o jogo e as preocupações, em geral, ficam mais visíveis nas retas finais das competições. Além disso, o uso maior do estádio, necessário para ajudar na geração de receitas, afeta a qualidade do gramado natural e piora as suas condições”, complementa.

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  • Sergio Schildt, presidente da Recoma, empresa especializada em infraestrutura

“Além do alto custo para a manutenção, o gramado (natural) dos sonhos, que vemos na disputa de campeonatos internacionais, não é o mesmo que estão na maioria dos torneios, em especial os Estaduais. Eles não entregam uma uniformidade para o jogo e as preocupações, em geral, ficam mais visíveis nas retas finais das competições. Além disso, o uso maior do estádio, necessário para ajudar na geração de receitas, afeta a qualidade do gramado natural e piora as suas condições.”

 

Leia:

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+https://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/a-nova-bronca-de-neymar-apos-jogo-do-santos-dessa-vez-no-vestiario/

+https://veja.abril.com.br/esporte/neymar-quebra-jejum-de-quase-tres-anos-em-vitoria-do-santos/

 

 

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