O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (22) a 9ª rodada da pesquisa Firmus, que reúne as expectativas de instituições não financeiras, indicando uma revisão para baixo nas projeções de inflação para os próximos anos. Segundo o levantamento, a estimativa para o IPCA em 2025 caiu de 5,0% para 4,5%, enquanto a projeção para 2026 recuou de 4,5% para 4,2%. Para 2027, a expectativa permaneceu estável em 4,0%, sinalizando que, na avaliação das empresas, a inflação tende a se manter próxima ao teto da meta estabelecida pelo Banco Central.
Em relação à atividade econômica, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 mostraram pouca variação, permanecendo em 2,1%. Já a estimativa para 2026 apresentou leve ajuste para baixo, passando de 1,9% para 1,8%, refletindo uma percepção mais moderada sobre o ritmo de expansão da economia no médio prazo. No câmbio, as expectativas para a taxa seis meses à frente recuaram pelo terceiro trimestre consecutivo, de 5,60 reais para 5,50 reais, indicando uma visão ligeiramente mais favorável para a moeda brasileira.
A pesquisa também apontou estabilidade no nível de otimismo das empresas em relação ao desempenho de seus próprios setores. Na comparação com o trimestre anterior, a percepção sobre a situação relativa do setor de atuação praticamente não se alterou, sugerindo um cenário de cautela, mas sem deterioração adicional das expectativas. Esta edição da Firmus refere-se ao quarto trimestre de 2025 e foi realizada entre os dias 10 e 28 de novembro, reunindo 240 respostas completas, número superior ao da rodada anterior.
Na comparação com o Boletim Focus, que reflete a visão do mercado financeiro, as empresas demonstram uma postura menos otimista em relação à trajetória da inflação. Enquanto o Focus projeta o IPCA de 2025 em torno de 4,3%, abaixo do centro do teto da meta, a pesquisa Firmus indica uma inflação mais próxima de 4,5%, revelando maior cautela por parte do setor produtivo. No crescimento econômico, porém, as expectativas são semelhantes. O mercado financeiro estima alta do PIB próxima de 2,3% em 2025, ligeiramente acima dos 2,1% projetados pelas empresas, o que reforça a leitura de que o empresariado segue mais conservador do que os financistas quanto ao ritmo da economia nos próximos anos.
